Se saúde mental já era um tema que preocupava o meio corporativo antes mesmo da pandemia, desde então tornou- se ainda mais foco de atenção. Só em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou ter mais de 1 bilhão de pessoas com transtornos mentais no mundo, e em 2020, a incidência global de ansiedade e depressão aumentou 25%. Ressaltando o cenário no Brasil: há 5 anos o país detém o maior número de ansiosos do mundo e o terceiro com mais pessoas depressivas.
Há um ano, a Síndrome de Burnout passou oficialmente a ser uma doença ocupacional, e atualmente, já atinge mais de 30% entre os mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros, segundo estudos recentes.
Diante de tantos números assustadores, o CEO da Amar.elo Saúde Mental, Aleks Mesquita, faz um alerta aos C-levels das empresas brasileiras: “Precisamos fazer algo para modificar esse cenário! Um novo ano está aí, e essa é a chance de começar dando um passo muito importante para sua empresa e para seus funcionários, que também fazem seu negócio crescer”, diz.
À frente da startup que atua levando bem-estar emocional para o ambiente corporativo, Mesquita reflete que, no geral, as empresas precisam entender as suas responsabilidades sociais. Segundo ele, mais que investir em T&D (Treinamento e Desenvolvimento), é urgente incluir programas de educação, prevenção e até mesmo tratamento de doenças psicológicas em suas rotinas, de forma a identificar e acolher os colaboradores que mostram sinais de que algo não está indo bem, como estresse, ansiedade, tristeza, dificuldade de concentração e falta de motivação.
“Se as organizações não tiverem esse cuidado, vão perder os seus melhores profissionais, já que o Burnout afeta, principalmente, os mais comprometidos com o desempenho no trabalho”, diz.
Dados da LCA Consultores mostram que um a cada três desligamentos nos últimos meses foi feito a pedido do trabalhador, e esse é um recorde histórico. E o que tem contado para esse turnover acontecer são as doenças emocionais/mentais e também as condições de trabalho, onde a flexibilidade de horário e local se tornaram uma característica muito importante, principalmente depois da chegada da pandemia, onde empresas e profissionais entenderam que não é preciso mais ter um local fixo para se trabalhar e se produzir bem.
As organizações, por sua vez, precisam trazer um ambiente mais saudável para seus colaboradores, priorizando acima de tudo a qualidade de vida e incentivando momentos de pausa e de conexão do time. Além disso, ter um ambiente em que as pessoas possam falar de seus sentimentos, onde se sintam confortáveis, tranquilas e distantes de julgamentos. O ponto principal é normalizar, o profissional não pode ser tratado como diferente porque está abalado emocionalmente.
Abaixo, o CEO elenca cinco razões para as empresas cuidarem da saúde mental dos seus colaboradores:
1) Sua equipe precisa: Quando os colaboradores trabalham em um ambiente saudável, conseguimos observar um alto desempenho de toda a equipe. E quando um funcionário que está passando por dificuldades não é visto e cuidado, a produtividade cai e as demandas acabam não sendo executadas como antes, e isso afeta toda a companhia.
2) A prevenção é sempre o melhor caminho: Importância da informação e combate à psicofobia! As empresas precisam proporcionar um lugar de fala e de troca, onde o medo de ser visto como incapaz ou de perder o emprego não exista. Aqui, o ideal é mostrar a importância da empresa pela saúde e bem-estar de cada profissional.
3) Evita prejuízos financeiros com turnover e afastamento de pessoas com adoecimento emocional: Um colaborador que não está bem emocionalmente tem grandes chances de se afastar da empresa para cuidar de sua saúde ou mesmo de pedir demissão para buscar mais qualidade de vida. De acordo com as Nações Unidas, somente a ansiedade e a depressão custam à economia mundial cerca de US$ 1 trilhão por ano.
4) A tecnologia está a seu favor: O cuidado e o tratamento do seu colaborador pode ser feito de modo on-line, onde cada atendimento à terapia, conteúdos informativos e um ambiente seguro para diálogo pode ser feito tudo na palma da mão, sem sair da rotina. E cumprindo a ética profissional, o que o colaborador discute não é passado para ninguém.
5) Empresa saudável, equipe saudável; Equipe saudável, empresa saudável!
Uma empresa dá um suporte emocional para seus colaboradores, têm seus ganhos também, pois um colaborador feliz e saudável produz com mais empenho, trazendo frutos para a organização.