Gardel Rolim repudia processo de Evandro contra Ciro e defende saída do PDT do Governo Lula
O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Gardel Rolim (PDT), repudiou a decisão do deputado Evandro Leitão (PT) de mover um processo por danos morais contra o ex-ministro Ciro Gomes. Em pronunciamento na manhã de hoje, na tribuna da Casa, Rolim afirmou que a ação movida contra o pedetista trata-se de uma tentativa de calar a “única voz crítica deste País”.
O processo judicial foi impetrado após o ex-ministro Ciro Gomes declarar que Leitão foi “covarde” por não atuar a favor da implantação da CPI que pretendia investigar o narcotráfico no Estado. Gardel Rolim defendeu a declaração de Ciro Gomes ao lembrar que Evandro Leitão, então líder do Governo Camilo Santana na Assembleia Legislativa, se recusou a assinar e articulou contra a instalação da CPI.
“A responsabilidade de chegarmos até aqui, com o Ceará, dominado pelo narcotráfico, é deles que estão no Governo do Estado há dez anos e impediram, inclusive, que uma CPI que poderia ter mudado essa história acontecesse”, afirmou, denunciando também que o trabalho parlamentar tem sido afetado pela violência no Estado. “A notícia que nós temos por todo o Ceará, inclusive dos nossos colegas vereadores, é de que hoje eles são impedidos de fazer reuniões, caminhadas ou campanha em alguns bairros da cidade porque as facções criminosas não permitem. O Governo do Estado é totalmente silente a isso”, expôs.
Gardel Rolim também dirigiu críticas ao ministro Camilo Santana (PT), que apoia Evandro Leitão para a disputa à Prefeitura de Fortaleza. Segundo ele, o ministro tem um comportamento de quem não quer ter máculas, mas atua para calar a voz de adversários, como Ciro Gomes. “No Ceará, tenta-se empurrar de goela abaixo para a classe política e para o cidadão a ideia de que ninguém pode fazer críticas aos príncipes do PT, Camilo, Elmano, Evandro”, afirmou, ao justificar a fala de Ciro, que classificou apenas como críticas à atuação política de Leitão. Em sua fala também citou a tentativa de interferência do Camilo na eleição da mesa diretora atual da Câmara Municipal de Fortaleza.
“Imagina se cada um de nós vereadores desta casa fôssemos processar alguém cada vez que fôssemos acusados ou criticados de alguma coisa pela cidade. Imagine se o prefeito Sarto fosse processar os vereadores que comumente veem a extra tribuna criticá-lo com palavras muitas vezes duras”, comparou.
Gardel Rolim defendeu ainda a saída do PDT do Governo Lula, no qual o partido ainda atua tendo o presidente nacional, Carlos Luppi, como ministro da Previdência Social. “A minha opinião é que nós jamais deveríamos ter inclusive participado, mas já que participamos, está na hora do partido rediscutir essa participação no Governo Lula, porque é muito desrespeito. O PT tenta a todo custo humilhar a história de Leonel Brizola, do nosso PDT e, enquanto eu tiver fôlego, enquanto eu tiver voz, isso não vai acontecer”, finalizou.