Theatro José de Alencar apresenta Série Cênica Especial com espetáculos nordestinos

O Theatro José de Alencar, equipamento cultural da Rede Pública de Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), vai promover uma Série Cênica Especial, que tem patrocínio do Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. A iniciativa reúne três espetáculos nordestinos no Palco Principal, com apresentações em setembro e novembro. 

A primeira peça a ser apresentada neste sábado, 21, e domingo, 22, às 19h, é o “1877”, da Trapiá Cia Teatral, de Caicó (RN). O espetáculo retrata a Grande Seca de 1877 no sertão nordestino e expõe as adversidades enfrentadas pela população sertaneja, como a falta de alimentos, epidemias e o descaso governamental, além de explorar questões sociais como o cangaço, a escravidão e a religiosidade. A peça destaca a resistência e a luta pela sobrevivência em meio às dificuldades históricas do período.

Em novembro, a programação da Série Cênica Especial contará com o espetáculo “E.L.A., solo da artista cearense Jéssica Teixeira, com direção de Diego Landin.  A obra é resultado de uma pesquisa sobre o corpo e suas diversas dimensões, que busca explorar a relação de cada indivíduo com seu próprio corpo, promovendo uma reflexão sobre identidade, percepção e autonomia. Na sequência, Jéssica Teixeira apresenta Monga, com direção de arte de Chico Henrique, que traz à tona o gênero do terror psicológico com doses de riso nervoso e constrangimento.

Os espetáculos “1877”, “E.L.A.” e “MONGA”, que integram a Série Cênica Especial, são uma iniciativa do Instituto Dragão do Mar (IDM) realizada no Theatro José de Alencar e no Cineteatro São Luiz, espaços geridos em parceria com a Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará). Em todos, a entrada é gratuita mediante retirada de ingressos pela plataforma Sympla (https://site.bileto.sympla.com.br/theatrojosedealencar/).

Sobre a montagem “1877”

Uma das maiores secas que assolou os sertões nordestinos desnudou o ser humano em todas as suas fragilidades e complexidades, confundindo-o com a própria natureza que o consumiu e com sua animalidade mais primitiva. Seres sempre em trânsito que precisavam conviver com governos que pouco se importam com os mais pobres e vulneráveis, com cangaceiros que possuíam suas próprias leis, com beatos que prometiam a salvação e a luta, com romeiros que tinham na fé seu único sustentáculo, com a epidemia que arrasou vilas e famílias, com corpos que se deterioravam. O som do resistente bode perseguia os retirantes expondo suas entranhas. Foram vidas e não apenas números estatísticos, enterradas na terra seca. 1877 nos ensina que o passado pode ser muito presente.

O espetáculo apresenta o sertão nordestino num dos períodos mais terríveis de sua história: a Grande Seca de 1877. A seca, que pela primeira vez fez chegar aos tabloides do país, a real situação dos sertanejos e a falta de políticas públicas para garantir uma vida digna aos moradores das brenhas do sertão. Pessoas que precisavam conviver com a falta de alimentos, com uma epidemia de varíola avassaladora, com grupos de cangaçeiros que perambulavam pela caatinga em busca de justiça e cometendo injustiças, padres insensíveis e outros com grande apelo popular, escravidão que ainda agravava a situação dos negros, beatos que pregavam a salvação pela fé e pela resistência, romeiros sempre em busca de uma possibilidade de encontrar conforto espiritual e de comida para seus estômagos, pessoas tomadas pela miséria e que cometiam crimes como o canibalismo, poetas que enfeitaram de cores através de seus versos um sertão em desordem… um mundo que lutava para continuar vivendo, mesmo que tudo indicava o contrário. Resistir e ser forte… Isso se faz em “1877”, espetáculo que fala de corpos em suas complexidades, não de números. Um território construído nos deslocamentos e nas dores.

Ficha Técnica

Pesquisa, texto e direção: Lourival Andrade

Elenco: Alexandre Muniz, Emanuel Bonequeiro, Maria Alice, Monica Belotto e

Pedro Andrade.

Cenário e cenotécnica: Custódio Jacinto

Figurino: Monica Belotto e Camila Muniz

Concepção e Execução de Iluminação: Adriano Nunes

Maquiagem: Bruno César

Visagismo: Coletivo Trapiá

Composições musicais: Carú Fernandes

Composição das paisagens sonoras: Emanuel Bonequeiro

Execução das paisagens sonoras: Coletivo Trapiá

Preparação vocal: Heli Medeiros

Fotos: Brunno Martins e Alan Matson

Sobre a Trapiá Cia Teatral

A Associação Cultural Trapiá, oficialmente criada em 2017, já atua desde 2014 no cenário cultural do Rio Grande Norte através das ações da Trapiá Cia Teatral. A partir de 2017 suas atividades se ampliaram para além das montagens teatrais. A Associação acredita que a atuação dos artistas que compõem sua estrutura pode contribuir para a melhoria da vida das pessoas, sobretudo crianças e adolescentes através de ações que qualifiquem a educação tendo a arte como ferramenta, tanto que seus projetos foram reconhecidos e foram registrados no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Caicó/RN (Registro nº 13). Uma das características da Associação é falar do lugar em que ela se encontra, o sertão, por acreditar que ao falar do seu lugar está falando do mundo e se relacionando universalmente com todos os povos. O coletivo formado a partir desta ideia se propôs a defender, preservar e conservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável tendo a arte como instrumento para chegar a todos os lugares e todas as pessoas. Acreditamos que a promoção da cultura e a defesa de todo o patrimônio material e imaterial é papel decisivo para o desenvolvimento do ser humano em sua totalidade.

SERVIÇO

Ministério da Cultura e Itaú apresentam: Série Cênica Especial no TJA com

 Espetáculo “1877”, da Trapiá Cia Teatral (Caicó-RN)

Data: 21 e 22 de setembro (sábado e domingo), às 19h

Local: Palco Principal do Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525, Centro)

Capacidade: 711 lugares

Duração: 55min

Classificação indicativa: 12 anos

Local acessível somente no setor Plateia (térreo)

Gratuito – distribuição pelo Sympla

LINK DE FOTOS:

1877

https://drive.google.com/drive/folders/1sgUvEzeNxkMXSgIpb60YFfuZhMOD9E_3?usp=sharing

Theatro José de Alencar

Youtube: www.youtube.com/theatrojosedealencar

Instagram: www.instagram.com/tja.theatrojosedealencar

Facebook: www.facebook.com/theatrojosedealencar

Saiba Mais

O Instituto Dragão do Mar é uma Organização Social (OS) com 26 anos de atuação no campo cultural do Ceará. É uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, e atua em parceria com o Governo do Ceará, especialmente com a Secretaria de Cultura, maior e mais antiga parceira da instituição.

A OS é especialista na gestão de experiências de formação e fruição cultural em artes, patrimônio e memória, gastronomia social, esporte e meio ambiente e, atualmente, faz a gestão de 16 espaços e equipamentos públicos, em parceria com o Governo do Ceará, sendo cinco no interior do estado.

Final da Taça das Favelas será realizada em Fortaleza neste sábado

Neste sábado, 21, a Taça das Favelas, considerado o maior torneio de futebol de campo entre favelas do mundo, chegará à sua emocionante fase final, reunindo os melhores times das favelas do Ceará para a disputa do título de campeão cearense. O evento será realizado a partir das 13h, na Areninha Parque Dom Aloísio Lorscheider, em Itaperi, Fortaleza. A final masculina será entre as favelas Bom Jardim e Jardim União. Já a feminina será disputada pelas favelas Bela Vista e Conjunto Ceará.

O evento, que já se consolidou como um dos mais importantes no cenário esportivo e social do país, será aberto com um jogo entre influenciadores. Irão participar Pokideia , Bia Sifranco, Pobretion, K10, Nathazim, Matheus Batista , Flay, Adriano, Macambira, Gutto, Artuzinho , Santzim, China, Levi, Weslei, Renan Leal , XVictor, Victor (Sósia do Whindersson), Pretinho, Iara Sales , Nicodemos, Paulinho Vibe, Frost, Juvenil, Gordim , Samuk Tatoo e Hans Jeri.

A Taça das Favelas é organizada pela Central Única das Favelas (Cufa) e pela Frente de Assistência à Criança Carente (FACC). A competição tem por objetivo promover a inclusão social de centenas de jovens por meio do esporte, influenciando positivamente a realidade dessas pessoas. Para participar da competição, um dos principais critérios é que os atletas residam em favelas do Estado do Ceará e em cidades próximas à Fortaleza, Crateús, Sobral e Juazeiro do Norte.

O torneio impactou diretamente oito mil jovens e crianças e, indiretamente, entre 25 e 30 mil. “São jovens de diversas favelas de diferentes municípios cearenses, numa verdadeira celebração de união, superação e amor pelo futebol. A final promete ser um espetáculo à parte, com muita emoção dentro de campo e uma grande festa para a torcida nas arquibancadas”, enfatiza Piqqueno, presidente da Cufa Ceará.

“A Taça das Favelas segue mostrando que o futebol é mais do que um esporte, é uma ferramenta poderosa de transformação social e um palco para os sonhos de milhares de jovens”, finaliza Piqqueno.

Na categoria masculina, as equipes são compostas por jovens nascidos a partir de 2005. Já na categoria feminina, as equipes contam com jovens com idade igual ou superior a 14 anos. Serão premiadas as três primeiras equipes colocadas, nas duas categorias. Ao todo, mais de 100 mil jovens já participaram da competição nas edições realizadas em várias cidades do país. Tudo começa nas peneiras internas realizadas nas comunidades e vai até a grande final.

A primeira edição da Taça das Favelas foi realizada em 2012. Com o passar dos anos, a competição ganhou ainda mais destaque no cenário mundial, tendo sua importância reconhecida por grandes craques do futebol nacional como Zico, Júnior, Bebeto e Romário.

No Ceará, a competição conta com o patrocínio do Governo do Estado, Prefeituras de Fortaleza, Maracanaú e Caucaia e Fecomércio Ceará, além da TV Verdes Mares.

Serviço:
Final da Taça das Favelas

Data: 21 de setembro (sábado)
Local: Areninha Parque Dom Aloísio Lorscheider (Av. Bernardo Manoel, Itaperi, Fortaleza)
Horário: 13h

Sobre a Cufa
Presente há mais de 20 anos nas favelas brasileiras, a Central Única das Favelas (Cufa) promove atividades nas áreas de educação, lazer, esportes, cultura e cidadania, utilizando ferramentas como grafite, DJ, break, rap, audiovisual, basquete de rua, literatura, entre outros. Além disso, promove, produz, distribui e veicula a cultura hip hop por meio de publicações, discos, vídeos, programas de rádio, shows, concursos, festivais de música, cinema, oficinas de arte, exposições, debates e seminários, promovendo a integração e inclusão social.
Entre os principais projetos da instituição destacam-se o Hutúz Rap Festival, maior evento de hip-hop da América Latina, a LIBRA, Liga Internacional de Basquete de Rua, e a Taça das Favelas, maior campeonato de futebol entre favelas do mundo.