Os efeitos do primeiro mês de tarifaço na economia e no crédito entre empresas

Por Silvano Boing, CEO da Global

Passados mais de trinta dias após a entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, começam a ficar claros tanto os efeitos imediatos sobre o comércio exterior quanto as repercussões indiretas nas finanças das empresas. Neste primeiro mês, o Brasil viu suas exportações para o mercado americano caírem significativamente, mas também testemunhou a resiliência da balança comercial graças à diversificação de destinos. Ao mesmo tempo, as pressões financeiras decorrentes da medida se propagaram pelas cadeias produtivas domésticas, trazendo à tona desafios para o crédito entre empresas e para o fluxo de caixa.

O primeiro impacto visível do tarifaço era mais que esperado. Houve queda das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Em agosto, mês inaugural da tarifa adicional, as vendas aos norte-americanos recuaram 18,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Muitos setores sofreram reduções acentuadas e alguns produtos tradicionais da pauta exportadora, como minério de ferro, açúcar, aeronaves, carne bovina e aço semimanufaturado, registrando quedas que variaram de 23% a 100%. No caso do minério de ferro, por exemplo, não houve nenhuma venda registrada para os EUA em agosto, evidenciando o efeito imediato da nova tarifa para este setor. Mesmo itens não diretamente sujeitos à tarifa extra, como aeronaves, petróleo e celulose, apresentaram exportações bem menores.

Parte desse resultado pode ser reflexo de uma corrida para embarcar produtos antes da vigência do tarifaço, o que inflou artificialmente as vendas pré-tarifa e contribuiu para a queda brusca em agosto.

Balança comercial se mostrou resistente no primeiro mês

Por outro lado, apesar dos efeitos negativos do tarifaço, a balança comercial brasileira manteve-se positiva e até fortalecida, graças à capacidade de redirecionar produtos a outros destinos. De acordo com o MDIC, as exportações totais do Brasil em agosto cresceram 3,9% em relação ao período em 2024, impulsionadas por desempenhos excepcionais em mercados alternativos.

A China, que hoje é a principal parceira comercial do Brasil, ampliou suas compras em 29,9%, absorvendo parte dos produtos que antes teriam os EUA como destino. Já o México, que recentemente estreitou laços comerciais com o Brasil, importou 43,8% a mais em agosto. Também houve crescimento nas vendas para outros parceiros relevantes, como Argentina, Índia e Reino Unido. O resultado foi um mês com superávit comercial de US$ 6,13 bilhões, salto de 35,8% em comparação ao saldo de agosto do ano passado.

No entanto, essa redistribuição de exportações não elimina os efeitos setoriais desiguais nem as preocupações de longo prazo. Vale lembrar que os EUA são tradicionalmente um destino importante para bens manufaturados e agropecuários brasileiros de maior valor agregado. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 77,8% de toda a pauta exportadora do Brasil para os EUA passou a ficar sujeita a algum grau de taxação com o tarifaço, sendo que mais da metade dessas exportações enfrentará a alíquota máxima de 50%.

Alguns segmentos foram claramente mais penalizados do que outros. O agronegócio desponta como um dos mais prejudicados, já que pouquíssimos produtos agropecuários escaparam da lista de exceções nas tarifas. Itens de peso como café em grão, carne bovina, frutas e pescados, que juntos representavam cerca de 30% das exportações brasileiras aos EUA em 2024, estão agora majoritariamente taxados.

Isso significa perda imediata de competitividade nesses mercados. Exportadores de café e carnes, por exemplo, dificilmente podem absorver um custo 50% maior sem reduzir drasticamente suas margens. Muitos enfrentam o dilema entre cortar preços para manter contratos ou abandonar de vez o mercado norte-americano, perdendo receitas cultivadas por anos de esforço comercial. São alternativas extremas, que acabam resultando em uma drástica compressão do fluxo de caixa das empresas, com risco de provocar aumento da inadimplência nas cadeias de fornecedores.

Crédito B2B e fluxo de caixa nas cadeias produtivas

Os reflexos do tarifaço não param nas fronteiras do comércio exterior, eles se espalham internamente pelas cadeias produtivas, atingindo empresas que, à primeira vista, nada tinham a ver com exportações. O aumento abrupto de custos e a queda de receitas em setores exportadores romperam o equilíbrio econômico-financeiro de diversos contratos, expondo fragilidades em cascata. Mesmo negócios focados somente no mercado interno foram afetados, especialmente aqueles que fornecem insumos, serviços ou logística para as empresas exportadoras atingidas.

Quando uma exportadora vê seu produto encarecer 50% no exterior, ela pode cancelar pedidos, atrasar pagamentos a fornecedores ou renegociar prazos de entrega e, assim, o choque se transmite pela cadeia, da indústria de base ao transporte, do agronegócio ao varejo especializado. Em poucas semanas, esse desequilíbrio sistêmico pode se traduzir em suspensão de encomendas, retração de demanda e insegurança nos contratos ao longo de múltiplos setores.

Um dos efeitos mais preocupantes é o estrangulamento do crédito entre empresas e da liquidez nas operações do dia a dia. As exportadoras afetadas enfrentam um choque no capital de giro, pois, de repente, precisam de mais financiamento para bancar tarifas ou, alternativamente, sofrem queda brusca no faturamento ao perderem clientes nos EUA. Com margens comprimidas, algumas empresas já começaram a atrasar pagamentos para seus fornecedores de insumos, transportadoras e prestadores de serviços, colocando toda a cadeia produtiva sob risco de inadimplência em efeito dominó.

A estratégia mais sábia parece ser fortalecer a gestão financeira e a comunicação em toda a cadeia. Empresas saudáveis estão procurando oferecer condições de pagamento mais seguras aos seus fornecedores críticos, como, por exemplo, implementando arranjos de Supply Chain Finance (SCF) para evitar que falhas em elos menores interrompam sua produção.

Do lado dos fornecedores, recomenda-se intensificar a análise de crédito dos clientes e agir rapidamente diante de sinais de atraso. De acordo com o último IGR (Índice Global de Recuperação), levantamento semestral produzido pela Global com base em milhões de operações de cobrança B2B, até 82% das dívidas são recuperadas quando tratadas nos primeiros 10 dias de atraso. Depois de 180 dias, esse índice cai para apenas 12%. Ou seja, velocidade e proatividade na cobrança ou renegociação são vitais para evitar que um atraso vire um calote permanente.

Caminhos para superar tarifaço inclui diversificação e revisão de contratos

Passado o susto inicial desses 30 dias, empresas e formuladores de políticas no Brasil buscam estratégias para mitigar os impactos do tarifaço e preservar a vitalidade da economia real. No front governamental, uma das respostas imediatas foi o anúncio de um plano de contingência de R$ 30 bilhões em crédito para socorrer os setores mais atingidos.

Do lado empresarial, a palavra de ordem é adaptação estratégica. Não há espaço para uma postura passiva aguardando o problema se resolver por si só e o momento exige agilidade. Uma recomendação central é diversificar mercados e clientes, algo que as empresas exportadoras já vêm fazendo, com esforços para abrir ou expandir presença em outros países. Os resultados iniciais mostram que há caminhos alternativos para escoar parte da produção barrada nos EUA.

Outra frente de atuação é a revisão de contratos e modelos de negócio. Diante de oscilações tão bruscas, empresas estão renegociando cláusulas contratuais com parceiros para incluir gatilhos de reajuste de preços, mecanismos de revisão ou até compartilhamento de riscos cambiais e tarifários. Essa revisão contratual, apontada por especialistas jurídicos, é necessária para restabelecer um equilíbrio financeiro sustentável nas cadeias de fornecimento, prevenindo litígios e rompimentos unilaterais em massa.

Se há um lado positivo nesta adversidade, é a oportunidade de acelerar mudanças há muito necessárias, como diversificação de parceiros, modernização de modelos de negócio e maior cultura de gestão de riscos entre as empresas. Trinta dias após o tarifaço de Trump, o Brasil mostra resiliência, mas também expõe suas fragilidades.

As próximas semanas serão decisivas. A depender dos desdobramentos, o país pode sair deste episódio mais forte e preparado para os desafios da economia global. Por ora, o consenso entre analistas é claro: não há espaço para complacência. Os efeitos na economia real estão postos, e os desafios para o crédito interempresarial são reais. Com estratégia, cooperação público-privada e rapidez de reação, é possível contornar a tempestade tarifária e proteger a vitalidade das empresas brasileiras.

Sobre a Global  

A Global é uma empresa líder no mercado de recuperação de crédito para o segmento B2B. Sediada em Joinville (SC), com filiais em São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Araquari (SC) e Rio Negro (PR) e mais de mil funcionários, a empresa acumula mais de 30 anos de experiência e expertise no desenvolvimento de soluções inovadoras e personalizadas com foco em cobrança e relacionamento com clientes. Para isso, utiliza tecnologia de ponta aplicada em estratégias multicanais que abrangem as etapas de vendas, pós-vendas, preventivo, cobrança e jurídico.

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Cerus é indicado ao Prêmio Reclame Aqui 2025 na categoria Banco Digital

Reconhecimento reforça compromisso da instituição com inovação e excelência no atendimento

O Cerus foi indicado ao Prêmio Reclame Aqui 2025, uma das mais importantes premiações do mercado brasileiro, que reconhece empresas de destaque pela qualidade no atendimento e na oferta de produtos e serviços. A instituição concorre na categoria Banco Digital, reforçando sua atuação inovadora e a proximidade no relacionamento com os condomínios atendidos.

O Prêmio Reclame Aqui é considerado uma das principais referências na avaliação da experiência do consumidor no país. A indicação reflete critérios relacionados à reputação das empresas e ao desempenho no atendimento prestado ao público.

Nos últimos anos, o Cerus tem expandido sua atuação com soluções financeiras inteligentes voltadas à gestão da saúde financeira dos condomínios. Essa estratégia, aliada a um atendimento próximo e eficiente, fortalece sua posição no mercado e reafirma a missão de oferecer serviços com credibilidade e inovação ao segmento.

“Receber essa indicação é uma prova de que estamos no caminho certo, colocando sempre os condomínios no centro das decisões e buscando entregar soluções financeiras com qualidade e credibilidade. Esse reconhecimento nos motiva a continuar evoluindo e inovando cada vez mais”, destaca Luciano Magalhães Macedo, CEO do Cerus.

A votação acontece no site oficial da plataforma, que pode ser acessado através do link: https://www.reclameaqui.com.br/premio/.

Fortaleza anuncia candidatura para sediar COP18 durante abertura da ICID 2025

Conferência da ONU sobre combate à desertificação aconteceu apenas uma vez no Brasil, em 1999, e terá sua 18ª edição em 2028

Durante a abertura da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID 2025), realizada nesta segunda-feira (15), em Fortaleza, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (SEDES) do MCTI, Inácio Arruda, na ocasião representando a ministra Luciana Santos e o MCTI, anunciou que a capital cearense será candidata a sediar a 18ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP18).

Essa será a segunda vez que o Brasil poderá receber a conferência, que tem papel estratégico no enfrentamento à desertificação e à degradação da terra. A primeira e única edição sediada pelo país ocorreu em 1999, na cidade do Recife (PE), reunindo representantes globais para debater soluções de convivência com os desafios ambientais em regiões áridas e semiáridas.

De acordo com o secretário, a proposta já havia sido previamente feita à Andrea Mezza, secretária executiva adjunta da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), e ao governador Elmano de Freitas. “Já colocamos a proposta e só falta estarmos na Mongólia (onde será realizada a COP 17) no próximo ano e, a partir de lá, sairmos com a decisão de realizar essa COP no Brasil, que é a COP de semi-áridos, que cuida de desertos, que cuida das terras secas e que cuida de todos nós que moramos nestas regiões do mundo”, defendeu.

ICID reúne líderes globais em Fortaleza

A abertura oficial da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID 2025) contou com a presença de autoridades nacionais e internacionais, como representantes da UNCCD; da COP30 e de embaixadas estrangeiras; além do governador do Ceará, Elmano de Freitas; do diretor da ICID, Antônio Rocha Magalhães; e da secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro.

Durante sua fala, o governador Elmano defendeu a importância de ações integradas e coletivas para garantir o presente e futuro das gerações. “A ICID 2025 é mais que um evento acadêmico, é um chamado à ação conjunta, é a celebração de uma agenda de cooperação que une continentes, idiomas e culturas em nome de um objetivo comum: garantir a segurança hídrica, alimentar e energética. O nosso objetivo é que daqui não saiam apenas declarações, mas também novas parcerias, projetos e esperança para os povos do semiárido e de todas as regiões vulneráveis às mudanças climáticas no mundo”.

Inácio Arruda defendeu a importância da carta de recomendações da ICID, que será enviada à COP30. “Nós queremos ter voz, precisamos ter atenção completa. Esse é o objetivo da conferência que estamos fazendo agora. É importante que a nossa carta seja lida em Belém, pois os pesquisadores e cientistas do mundo estão preocupados não apenas com a Floresta Amazônica, que é muito importante, mas também com os outros biomas, como o semiárido, onde, dentro dele, há um ecossistema tipicamente nosso, que é a Caatinga. É importante que ela tenha uma atenção especial, para que possamos contribuir para o seu desenvolvimento sustentável. Nós queremos que o semiárido seja voz dentro da COP30”, comenta.

Já a secretária Sandra Monteiro ressaltou a importância da ICID para o debate e intercâmbio de ações que já estão sendo realizadas em todo o mundo. “É uma iniciativa importante para aprendermos junto com outros países sobre como eles trabalham em áreas já desertas, mas, principalmente, para mostrar que o Ceará desponta como um estado de excelência nessas políticas públicas. Então, acredito que essa semana será bastante produtiva de muita troca de conhecimento e articulação para que as gerações futuras também tenham esse tipo de experiência”.

Eduardo Sávio, presidente da Funceme, afirma que o Ceará já vem realizando identificação de áreas desertas em seu território e iniciando o processo de recuperação. “É um mapeamento que a gente faz até hoje. E ao longo desse monitoramento, nós queríamos sair dessa atitude passiva, de só monitorar o que estava acontecendo, a começar a implementar ações para reverter esse processo. Então, nós participamos do projeto Prodam, que é localizado em Canindé, para recuperar uma grande área, de 70 hectares de mata nativa, que estava bem degradada e hoje está completamente recuperada”.

Fernando Rizzo, presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), defende que pensar em terras semiáridas é um ponto fundamental para a discussão do desenvolvimento sustentável. “Aqui, vamos buscar sintetizar um conhecimento aplicável para políticas públicas em áreas estratégicas, como vulnerabilidade climática, uso de dados, previsão, cenários, estresse hídrico e adaptação climática, ou seja, temas que refletem no território e afetam a vida de milhares de pessoas”.

Além das autoridades mencionadas, também estiveram presentes no primeiro dia da ICID: Edel Nazaré Santiago de Moraes, Secretária Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Anjoum Noorani, Cônsul Geral da Grâ-Bretanha; Rholden Botelho de Queiroz, Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE); Vilma Freire, Secretária de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Fernando Santana, Secretário de Recursos Hídricos do Ceará; Sophie Jacquel, Conselheira para Ação Conjunta e Cooperação Cultural da França; Dominique Hautbergue; Diretor Regional da Agência Francesa de Desenvolvimento no Brasil e Argentina – AFD; Gilles Pecassou, Diretor-Geral Adjunto do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento – IRD; Ana Clara Rodrigues Cavalcante, Chefe-Geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, Representando a Embrapa Nacional; Cid Alves, Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Ceará; Pierre Marraccini, Representante do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento no Brasil CIRAD; Abdelfettah Sifeddine, Representante do Instituto de Pesquisa para Desenvolvimento no Brasil – IRD; Romeu Aldigueri, Presidente da Assembleia Legislativa; Fernanda Uchôa, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 7° Região; Sâmia Farias, Defensora Pública Geral do Estado; Alexandre Cialdini, Secretário do Planejamento e Gestão.

O que vem por aí

Para esta terça-feira (16), o evento segue com painéis sobre financiamento da resiliência climática, indicadores de resultados para programas e projetos de resiliência à seca, coordenação de políticas para o desenvolvimento sustentável do semiárido e a apresentação do Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas do Estado do Ceará.

Organização
A ICID 2025 é uma promoção do Governo do Ceará, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A realização está a cargo da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará (Sema) e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A coordenação executiva é do CGEE, e o evento conta com apoio de instituições como UNCCD, ANA, Embrapa, Embaixada da França no Brasil e Cemaden; além de patrocínio da FIEC e do Sebrae.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Sympla. A programação completa está disponível em: www.icid2025.com.br/programacao.


Serviço

3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID 2025)
Data: 15 a 19 de setembro de 2025
Local: Centro de Eventos do Ceará – Fortaleza (CE)
Mais informações: www.icid2025.com

Inscrições no link.

Campanha “De Olho nos Olhinhos” promove mutirão gratuito em Fortaleza nesta terça para realizar o Teste do Olhinho

Ação fará exames gratuitos no Caviver e conscientização sobre o retinoblastoma e a importância do diagnóstico precoce

A campanha nacional “De Olho nos Olhinhos” realizará em Fortaleza nesta terça-feira, dia 16, um mutirão gratuito oferecendo gratuitamente o Teste do Olhinho, por ordem de chegada, sem necessidade de agendamento prévio, em uma ação que irá das 7 horas às 13 horas na sede do Caviver – Centro de Aperfeiçoamento Visual Ver a Esperança Renascer (Rua Antônio Augusto, 761, Meireles). A atividade também ocorrerá no dia 23 de setembro.

Durante o mutirão, cerca de 100 crianças serão atendidas por uma equipe multidisciplinar formada por médicos oftalmologistas, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social e outros profissionais, reforçando a importância da atenção à saúde ocular desde os primeiros meses de vida e integrando a campanha nacional.

A campanha nacional “De Olho nos Olhinhos” foi idealizada pelos jornalistas Daiana Garbin e Tiago Leifert, após a filha do casal ser diagnosticada com a doença, com o objetivo de conscientizar famílias e profissionais de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce. Em Fortaleza, a organização não governamental Caviver – Centro de Aperfeiçoamento Visual Ver a Esperança Renascer participa da iniciativa oferecendo gratuitamente o Teste do Olhinho nos dias 16 e 23 de setembro.

Para Islane Verçosa, oftalmologista e presidente do Caviver, a campanha representa uma oportunidade de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado. “Queremos alcançar o maior número possível de crianças, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. A ação reforça nosso compromisso com a saúde ocular infantil e a prevenção da cegueira”, afirma a médica.

Retinoblastoma: tumor ocular mais comum na infância

Embora represente aproximadamente 4% dos diagnósticos de câncer infantil, o retinoblastoma é o tumor ocular maligno mais comum na infância, com maior incidência entre bebês e crianças de até cinco anos. No Brasil, cerca de 400 crianças recebem o diagnóstico anualmente. Quando detectado precocemente, as chances de cura chegam a 90%, tornando o exame preventivo essencial para preservar a visão e prevenir a cegueira infantil.

O tumor se desenvolve nas células da retina, tecido responsável pela visão, e pode afetar um ou ambos os olhos. A maioria dos casos ocorre de forma esporádica, acometendo apenas um olho, enquanto cerca de 30% são bilaterais e de origem quase sempre hereditária. As Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância, do Ministério da Saúde, recomendam que o Teste do Olhinho seja realizado nos recém-nascidos ainda na maternidade e repetido de duas a três vezes ao ano nos três primeiros anos de vida.

Saiba mais sobre o Caviver

O Caviver – Centro de Aperfeiçoamento Visual Ver a Esperança Renascer é uma organização não governamental de Fortaleza dedicada à prevenção e ao tratamento das principais causas de cegueira infantil. A instituição oferece consultas, exames e cirurgias gratuitas para crianças em situação de vulnerabilidade social e realiza atendimentos a preços populares por meio do programa Visão Solidária, direcionando os recursos para apoiar sua missão de transformar vidas e garantir acesso à saúde ocular de qualidade.

O Caviver funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h. Para saber mais sobre a instituição e como apoiar essa causa, acesse https://www.instagram.com/vemcaviver/ ou entre em contato pelo número (85) 3099-2187.

Cuidados com os remédios de casa: como armazenar, usar e descartar corretamente

Armazenamento adequado e descarte consciente garantem a eficácia dos medicamentos e protegem o meio ambiente

A presença de medicamentos em residências é comum, com remédios destinados a dores de cabeça, febre, cólicas, resfriados e problemas gastrointestinais, além de kits de primeiros socorros. No entanto, a conservação e o descarte inadequados podem comprometer a eficácia dos produtos e gerar riscos à saúde e ao meio ambiente.

De acordo com Maurício Filizola, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma) e presidente da Rede de Farmácias Santa Branca, fatores como umidade, luz e temperatura podem alterar a composição dos medicamentos, mesmo antes do vencimento. “O ideal é guardar os medicamentos em locais limpos e secos, com temperatura estável entre 15°C e 30°C, longe da luz solar, da umidade de ambientes como banheiros e de superfícies que possam aquecer, como microondas e geladeiras”, orienta Maurício. Armários fechados na cozinha são considerados adequados, e as embalagens originais devem ser mantidas para identificação e controle de validade.

Medicamentos que precisam ser refrigerados devem ser armazenados conforme as instruções da bula, preferencialmente na prateleira central da geladeira, onde a temperatura é mais estável, evitando a porta, que sofre variações constantes. Porta-comprimidos devem ser utilizados apenas para doses de curto prazo, como 48 horas. “A atenção aos prazos de validade é essencial, especialmente para xaropes, antibióticos líquidos e colírios, que apresentam duração reduzida após a abertura. Alterações na cor, cheiro ou sabor podem indicar contaminação, exigindo avaliação de um farmacêutico”, complementa Maurício. 

Descarte de medicamentos 

O descarte inadequado de medicamentos representa risco à saúde pública e ao meio ambiente. Remédios descartados no lixo comum podem ser utilizados de forma indevida, enquanto o despejo em pias e rios provoca contaminação da água, afetando fauna, flora e humanos. A presença de antibióticos no ambiente contribui para o aumento da resistência bacteriana, com impactos diretos na saúde da população.

Para reduzir esses riscos, a Rede de Farmácias Santa Branca mantém o projeto “Descartômetro”, que recebe medicamentos vencidos, embalagens e objetos utilizados na administração, encaminhando-os à incineração. O serviço é gratuito e não exige que os produtos tenham sido adquiridos na rede. 

Entre as vantagens do processo de incineração estão a destruição total de substâncias que podem provocar doenças, a redução de 90% do resíduo inicial, o controle das emissões atmosféricas e a não contaminação de solos e mananciais. “Apesar do custo elevado, a incineração é a forma mais segura de garantir a preservação do meio ambiente e evitar a contaminação do solo e da água”, ressalta Lora Almeida, gestora de ESG e Projetos da Rede.

Cuidado com a automedicação

As “farmacinhas caseiras” são indicadas para armazenar medicamentos de uso contínuo e os remédios que tratam problemas de saúde mais simples e temporários. Caso os sintomas persistam, o melhor é procurar um médico. A automedicação pode provocar dependência, ocultar uma doença séria, criar resistência a medicamentos, propiciar reação alérgica e intoxicação, entre outros problemas. 

Sobre da Rede de Farmácias Santa Branca 

Fundada em 1986, vivenciando o propósito de cuidar das pessoas, a rede de Farmácias Santa Branca vem crescendo e tornando-se parte da vida dos cearenses. Está presente em Fortaleza e região metropolitana, assim como no interior do Estado do Ceará, somando 21 lojas, três franquias, seis farmácias independentes associadas ao SB Conecta, uma distribuidora e um centro de distribuição. Conta com mais de 200 colaboradores que atuam em oito municípios, oferecendo conforto e bem-estar aos seus clientes. Os seus proprietários e representantes legais, Laura Paiva e Maurício Filizola, que também são farmacêuticos, possuem a sensibilidade de ter uma visão privilegiada do próprio negócio e dos avanços do mercado como um todo.

Mercado imobiliário se prepara para o ‘despejo em 15 dias’

Novo procedimento prevê notificação em cartório, devolução de chaves e ação judicial mais rápida, com impacto direto no mercado de locações corporativas

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em junho deste ano, o Projeto de Lei 3.999/2020 propõe uma mudança significativa na Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91), ao permitir o despejo extrajudicial de inquilinos inadimplentes por meio de cartório. A medida visa agilizar a retomada de imóveis, especialmente em contratos corporativos e de galpões logísticos, onde a vacância prolongada pode gerar prejuízos substanciais.

O procedimento estabelecido pelo PL prevê que o locador poderá requerer ao cartório a notificação do locatário para desocupar o imóvel ou pagar a dívida no prazo de 15 dias corridos, sob pena de desocupação compulsória. A notificação deve ser acompanhada de documentos como a planilha dos débitos e pode ser realizada preferencialmente de forma eletrônica, quando convencionada, ou pessoalmente.

Caso o inquilino desocupe o imóvel, o cartório entregará as chaves ao locador. Se o prazo expirar sem pagamento ou desocupação, o locador poderá requerer na Justiça o despejo compulsório, com desocupação liminar em 15 dias, independentemente de garantia contratual.

Para o advogado Pedro Maia, sócio do escritório Amadiz Advogados e especialista no direito imobiliário, a proposta representa um avanço na desburocratização das relações locatícias. “A possibilidade de resolver o inadimplemento de forma extrajudicial traz mais segurança jurídica e celeridade para os locadores, especialmente no segmento corporativo, onde a ocupação rápida do imóvel é crucial para a rentabilidade do negócio”, afirma.

No setor de galpões logísticos, em especial, o impacto pode ser imediato. Esses ativos costumam ter alta rotatividade e contratos de grande porte, em que a inadimplência gera prejuízos expressivos em cadeia. “A possibilidade de reaver o imóvel em prazo mais curto é vista como um fator de equilíbrio para o mercado, que poderia rever exigências de garantias robustas e ajustar a forma como integra cartórios em seus processos de locação”, compelta Maia.

Entretanto, o locatário adimplente não perde direitos, mas o inadimplente deixa de ter espaço para protelar indefinidamente. “Isso significa segurança operacional em um segmento que depende de agilidade. Não é uma faca de dois gumes. No final das contas é um exercício de agilidade para os processos”, finaliza Maia.

Agora, o PL 3.999/20 ainda aguarda análise do Plenário da Câmara dos Deputados, após recurso apresentado em 26 de junho de 2025. Se aprovado, seguirá para o Senado. A expectativa é que a medida, ao entrar em vigor, traga maior dinamismo ao mercado de locações, reduzindo a vacância e os custos operacionais para proprietários e administradoras de imóveis comerciais e industriais.

Estação Fashion inicia operações em novembro com inauguração da primeira etapa do shopping

Com 500 unidades entregues, empreendimento marca nova fase do comércio atacadista em Fortaleza e se prepara para se tornar referência nacional no setor de moda

O Estação Fashion, novo shopping atacadista de Fortaleza, vai inaugurar sua primeira etapa em novembro, dando início à operação de 500 unidades comerciais distribuídas entre os setores Azul, Laranja, Vermelho e Praça de Alimentação. Essa fase marca o início da abertura oficial do empreendimento e contempla os primeiros lojistas que apostaram no projeto.

“Essa inauguração é muito simbólica para todos que acreditaram desde o começo no potencial do Estação Fashion. Estamos dando o primeiro passo de um projeto grandioso, que foi pensado para impulsionar marcas, movimentar a economia e consolidar Fortaleza como um polo atacadista de destaque nacional”, afirma Dani Branquinho, gerente de Marketing do mall.

As próximas fases do empreendimento estão programadas para 2026, com a entrega das segunda e terceira etapas. Ao final das obras, o shopping contará com mais de 1.300 unidades comerciais, distribuídas em setores temáticos e com uma infraestrutura moderna, voltada para o atacado de moda e negócios B2B.

Localizado estrategicamente no coração do comércio popular de Fortaleza, entre as ruas General Sampaio, Castro e Silva e 24 de Maio, a poucos metros do tradicional polo da José Avelino, o Estação Fashion nasce com uma proposta arrojada: unir espaço físico de alta performance com o conceito fígital, integrando estratégias digitais para ampliar a visibilidade das marcas e impulsionar vendas.

Com investimento total estimado em R$ 75 milhões e apoio financeiro do Banco do Nordeste, o Estação Fashion deve movimentar significativamente a economia local, com previsão de gerar mais de 12 mil empregos diretos e indiretos, fortalecendo os setores de moda, vestuário e confecção no Ceará e em todo o país.

Além das lojas, o shopping contará com praça de alimentação, espaços para eventos, lotérica, áreas de saúde e beleza, esteiras rolantes, infraestrutura de transporte com estacionamento para 500 carros e 30 ônibus, além de ambientes planejados para facilitar negociações entre lojistas e compradores de todo o Brasil.

Gabriel Soárez reúne amigos e empresários em jantar exclusivo em Fortaleza

Gabriel Soárez recebeu, na última quinta-feira, 11, amigos e convidados em sua residência, em Fortaleza, para um jantar exclusivo que celebrou a aproximação entre jovens sucessores e líderes empresariais.

Entre os presentes, destacou-se a participação de Murilo Pascoal, CEO do Beach Park, maior parque aquático da América Latina e referência em turismo e entretenimento no Brasil. À frente da empresa há mais de duas décadas, Murilo consolidou o Beach Park como um dos destinos mais premiados e admirados do país, reconhecido por sua gestão inovadora, visão estratégica e contribuição decisiva para o fortalecimento do turismo nacional. A família Soárez, acionista do empreendimento, acompanhou de perto essa trajetória de crescimento, que hoje inspira novas gerações. Durante o encontro, Murilo compartilhou reflexões sobre empreendedorismo e inovação, oferecendo aprendizados marcantes aos convidados.

Em seu discurso, Gabriel destacou o legado de seu bisavô, Edílson Brasil Soárez, fundador do Colégio 7 de Setembro, marco da educação no Ceará: “Tenho muito orgulho da história construída pelo meu bisavô, que transformou gerações com sua visão pioneira. É uma grande responsabilidade dar continuidade a esse legado e, ao mesmo tempo, projetá-lo para o futuro com uma visão renovadora e transformadora, tanto para o mercado quanto para a educação.”

O jantar foi marcado pela valorização da tradição, pelo compartilhamento de experiências e pelo fortalecimento do espírito empreendedor e educacional no estado.