Outubro Rosa: câncer de mama não define destinos, mas abre caminhos de superação

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 73.610 novos casos de câncer de mama até o fim deste ano. A estimativa representa uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres, reforçando a urgência das ações de conscientização e prevenção. Mais do que isso, lembra que o diagnóstico não define um destino, mas pode abrir caminhos de superação.

Esse foi o caso de Rilka Barbosa, gerente de Desenvolvimento do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). Diagnosticada em um estágio mais avançado da doença, sua trajetória teve muitos desafios, mas também se tornou uma história de vitória. “Uma coisa que foi muito importante no meu tratamento é a minha rede de apoio, tanto a minha família quanto os meus colegas de trabalho aqui no ISGH. Hoje me sinto uma nova pessoa. Estou mais aberta a conhecer novas atividades, como a canoagem, que pratico junto às mulheres do movimento Remadoras Rosa”, compartilha.

O impacto mental

De acordo com Graziela Monte, psicóloga e coordenadora do programa Jeito de Cuidar, do ISGH, voltado para a promoção do bem-estar dos colaboradores do Instituto, muitas mulheres descrevem o momento do diagnóstico como um “terreno desconhecido”, marcado pela perda de controle e pela incerteza. “É importante validar esses sentimentos e não se culpar por tê-los. Buscar informações claras com a equipe médica, procurar acompanhamento psicológico e praticar técnicas integrativas que ajudam a reduzir a ansiedade fazem diferença. Manter o foco no presente e nos próximos passos também traz mais segurança nesse processo”, explica.

Ela acrescenta que práticas de bem-estar são grandes aliadas nessa etapa. “O bem-estar não elimina o desafio, mas suaviza a jornada. O apoio de profissionais de saúde, o acesso a grupos de apoio, a espiritualidade e a criação de pequenas metas diárias podem dar sentido e força para o enfrentamento”, reflete.

Rede de apoio

Esse apoio também transformou a vida de Ana Paula, analista de Recrutamento e Seleção do ISGH. “Por meio da Rilka, minha querida amiga, conheci o grupo de remada que ela já participava. Nunca pensei em praticar algo assim, achava que não era para mim. Mas, desde que comecei, me sinto emocionalmente mais tranquila. Melhorou minha autoestima e me faz sentir viva”, relata.

Além da atividade física, os encontros se tornaram momentos de troca e acolhimento, onde cada mulher pode compartilhar suas dores e conquistas, encontrando força coletiva para seguir em frente.

Fortaleza se firma como novo polo do mercado imobiliário de luxo no Brasil.

Com tíquete médio acima de R$ 3 milhões, capital cearense supera metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro e atrai compradores exigentes de todo o país_

Por Sacha Myrna – corretora de imóveis de luxo e CEO da X Metros Quadrados Soluções Imobiliárias, com atuação nas principais capitais do Nordeste e em São Paulo. Especialista em curadoria de imóveis de luxo.

Fortaleza tem chamado atenção do mercado imobiliário de imóveis de luxo. Segundo levantamento da consultoria Brain Inteligência Estratégica, a capital cearense registrou tíquete médio superior a R$ 3 milhões em lançamentos residenciais de luxo — superando centros consolidados como São Paulo e Rio de Janeiro. Mas o que explica essa guinada? Como uma cidade do Nordeste se tornou protagonista nacional em um dos segmentos mais competitivos do setor? A resposta passa por localização privilegiada, escassez de terrenos nobres, mudança de perfil do comprador e a ascensão da orla como destino de moradia de alto padrão. 

A valorização da orla e o boom do pós-pandemia

O crescimento do segmento de luxo em Fortaleza não é por acaso. Vem sendo construído ao longo de anos, mas teve um ponto de inflexão claro: a pandemia. Com o desejo de mais espaço, conforto e qualidade de vida, compradores passaram a buscar imóveis amplos e bem localizados. E foi na orla da capital cearense que encontraram essa combinação — com vista para o mar, metragens generosas e novos empreendimentos com alto padrão construtivo.

“Há uma valorização afetiva do litoral. Fortaleza entrega vista permanente para o mar, clima agradável o ano inteiro e preços ainda competitivos em relação a grandes centros”, afirma, Sacha Myrna.

Tíquete médio alto: o metro quadrado justifica?

Ao contrário de São Paulo e Rio, onde há pulverização de produtos e grande volume de studios e apartamentos compactos, Fortaleza tem focado em imóveis amplos, geralmente com mais de 200 m², localizados em terrenos escassos da beira-mar. Isso eleva o preço total das unidades, mesmo que o valor por metro quadrado não seja o mais alto do país.

Esses empreendimentos de luxo entregam diferenciais como varandas gourmet com vista oceânica, pé-direito elevado, materiais nobres, automação residencial, infraestrutura para carros elétricos e áreas comuns completas, incluindo spa, piscinas com borda infinita, wine bars, coworkings e academias com equipamentos profissionais.

Quem compra? E por quê?

O público comprador é formado, em sua maioria, por cearenses de alto poder aquisitivo que desejam upgrade ou segunda residência. No entanto, investidores de outras partes do país, especialmente do eixo Sul-Sudeste, têm apostado na valorização da região. Estrangeiros também começam a se interessar, principalmente portugueses e americanos, atraídos pelo litoral, pela segurança e pelo custo-benefício.

Entre os perfis, há tanto quem busque moradia definitiva quanto quem compre para renda com aluguel de temporada ou segunda residência. O pós-pandemia fortaleceu essa busca por refúgios urbanos — apartamentos com infraestrutura de resort, integrados à natureza e com alto nível de privacidade.

Alta concentração e impactos urbanos

Grande parte desses lançamentos está concentrada em bairros como Meireles, Mucuripe, Varjota e Aldeota, todos próximos ou voltados para o mar. A verticalização de alto padrão valoriza a paisagem urbana e movimenta o setor da construção civil, mas também levanta alertas sobre mobilidade e desigualdade.

A presença de empreendimentos de luxo junto a áreas de vulnerabilidade social torna ainda mais evidente o contraste urbano. Embora alguns projetos incluam requalificações de calçadas e praças públicas, o diálogo com o entorno ainda é limitado. A legislação municipal prevê poucas exigências em termos de contrapartidas sociais ou sustentabilidade, o que representa um desafio futuro.

Tendências: do boutique ao wellness

As novas demandas do mercado de luxo também já chegaram a Fortaleza. Empreendimentos boutique, com poucas unidades e plantas personalizáveis, estão em alta. Assim como os projetos com foco em wellness, que oferecem spas, salas de meditação, horta suspensa, espaço zen e até aromaterapia no hall de entrada.

Há também o início de uma virada no uso do espaço urbano com lançamentos mixed-use, que integram moradia, lazer e conveniência no mesmo lugar. A tendência é que esses conceitos ganhem mais força, especialmente entre um público mais jovem e digital, que valoriza praticidade e estilo de vida contemporâneo.

O que esperar do mercado de luxo em Fortaleza nos próximos anos?

A perspectiva é de crescimento contínuo, ainda que mais seletivo. Com o estoque de terrenos na orla cada vez mais limitado, novos vetores de valorização surgem — como a Praia do Futuro, o entorno do Parque do Cocó, Varjota e Porto das Dunas, voltado a segunda residência.

Se as incorporadoras souberem inovar e o poder público apoiar com planejamento urbano, Fortaleza tem tudo para manter sua posição como referência nacional no mercado de luxo. A cidade está mais do que nunca no radar dos compradores exigentes e esse movimento parece estar só no começo.