Lailtinho celebra 35 anos de humor no “Sem Censura”, da TV Brasil

O humorista estará no programa de Cissa Guimarães na próxima quinta, dia 6/11, às 16h

Nesta quinta-feira, 06 de novembro, às 16h, o humorista Lailtinho Brega participa do programa Sem Censura (TV Brasil), em uma entrevista especial com Cissa Guimarães. A conversa marca a celebração de 35 anos de carreira, com direito a histórias de bastidores, novos projetos e a Campanha Paixão pelo Ceará. O mesmo programa conta com a participação especial do cantor, apresentador e humorista Falcão.

Com uma trajetória iniciada em 1989, quando venceu o 1º Festival Brega de Fortaleza, Lailtinho se consolidou como um dos grandes nomes do humor brasileiro. Ator, cantor, produtor e articulador cultural, ele construiu uma carreira que vai muito além dos palcos — tornando-se referência em gestão cultural, formação de novos talentos e valorização do humor cearense como patrimônio nacional.

Entre suas principais realizações está a criação da Arena do Humor, espaço icônico localizado na Avenida Beira Mar, que há mais de duas décadas mantém quatro sessões diárias de comédia e já realizou mais de 10 mil apresentações. O projeto, que reúne veteranos e novos humoristas, transformou o cartão-postal de Fortaleza em uma verdadeira “casa do riso”, movimentando o turismo, gerando empregos e fortalecendo a economia local.

Na televisão, Lailtinho comanda o programa “Bodega do Lailtinho”, exibido aos sábados pela manhã na TV Verdes Mares (afiliada Globo), que mistura esquetes, humor popular e novos talentos da comédia nordestina. Sua versatilidade também o levou a participar de atrações nacionais como os programas de Jô Soares, Hebe, Xuxa, Gugu e Tom Cavalcante, consolidando o riso cearense em todo o Brasil.

Além da carreira artística, Lailtinho atua como presidente do Conselho da Beira Mar, liderando articulações entre poder público, trabalhadores e empreendedores. Seu trabalho tem contribuído para o ordenamento da região e para o reconhecimento do humor como atividade cultural e econômica estratégica.

O artista também mantém projetos sociais como “Humor nos Bairros”, “Rir Faz Bem” e a “Caravana do Humor Cearense”, levando alegria e inclusão a escolas, hospitais, presídios e comunidades periféricas.

Ao completar 35 anos de carreira, Lailtinho reafirma seu compromisso com o riso como instrumento de transformação e cidadania. “O humor é um elo entre as pessoas. Ele une, cura e mostra o melhor do nosso povo”, resume o artista.

Fortaleza, com sua Beira Mar iluminada e o som das gargalhadas que ecoam do Arena, continua sendo a capital do humor, e Lailtinho, o operário incansável do riso que transformou talento em legado.

A favela mostra como gerar valor de dentro para fora

No dia 4 de novembro é comemorado o Dia da Favela. No Brasil são mais de 12 mil favelas – termo que voltou a ser usado no Censo do IBGE em 2022, depois de passar 52 anos revogado, o que, segundo especialistas, pode ser considerado parte de um movimento crescente de reafirmar o uso termo favela como sinônimo de territórios fortes, pujantes, complexos e ricos, buscando afastar qualquer tom pejorativo. 

As favelas são a casa de cerca de 17 milhões de brasileiros, dos quais 5,2 milhões possuem negócios próprios, movimentando mais de R$300 bilhões ao ano, segundo o Instituto Data Favela. A pesquisa revela também que 6 milhões de pessoas que vivem em comunidades sonham em ter o próprio negócio. 

Neste cenário, o setor de alimentação fora do lar aparece como uma das principais expressões desse empreendedorismo nas favelas, reunindo 15% dos negócios abertos nessas comunidades. Bares, lanchonetes e restaurantes se tornaram símbolos de desenvolvimento local, por fortalecerem vínculos, transformarem o território em espaço de oportunidade e gerarem renda. 

Da ponte para cá 

Muitas vezes, os empreendimentos nas favelas carregam estigmas sociais que não representam a realidade desses negócios, que buscam entregar alimentação de qualidade. Como conta Rodrigo Chad, dono do restaurante a quilo Delícias da Tia Cida, localizado no Campo Limpo, na cidade de São Paulo. 

 “Muitas vezes a gente fala de ir em um restaurante ‘top’ cruzando a ponte. Mas eu não vejo dessa forma. Existem lugares, inclusive que já frequentei, muito melhores aqui no bairro”, comenta Rodrigo. 

O ato de empreender exige da pessoa uma visão sobre a sua própria realidade. Foi dessa forma que Val Cabral, proprietária da Le Gateau Confeitaria e coordenadora do Núcleo Abrasel no Jardim Vitória, em Cuiabá, no Mato Grosso, decidiu abrir seu próprio negócio durante a pandemia. 

“No começo era tudo novo e assustador, só que consegui criar um produto para a minha realidade, para a realidade da minha favela. Hoje eu faço uma coxinha de qualidade em que as pessoas veem valor”, compartilha Val. 

Ambiente de protagonismo e possibilidades 

A favela é território de oportunidades para as milhares de pessoas que escolhem suas próprias comunidades como espaço para empreender. Esse movimento também gera conexão com os outros moradores. 

“A gente é morador do bairro e passou a trabalhar com a porta aberta. Como morador a gente não conhecia tanta gente, hoje aprendemos a viver o dia a dia do bairro”, completa Rodrigo. 

“A favela é lugar de oportunidades. Quem consegue enxergar isso vai muito além, vai derrubar muros, atravessar pontes, fazer conexões, e é isso que nós queremos, ter a favela como protagonista. É isso que eu, como ser humano, desejo para as pessoas que vivem como eu, em favela: que nós possamos ser protagonistas da nossa própria história”, comenta a Val Cabral. 

Núcleos Abrasel em Favelas potencializam negócios do setor 

Reconhecendo a potência desses empreendimentos, a Abrasel já possui seis núcleos em favelas espalhados por todo o país, Aglomerado da Serra (MG), Bairro da Paz (BA), Campo Limpo (SP), Jardim Vitória (MT), Morro da Mariquinha (SC) e Vergel do Lago (AL). Sua atuação visa apoiar os empreendedores em suas jornadas de crescimento e fortalecer ainda mais o empreendedorismo nestes territórios.