Setor eólico discute futuro sustentável na Brazil WindPower com anúncios de novos investimentos em capacitação técnica

Durante o evento, a divisão de serviços da Aeris Energy anuncia a construção de um novo Centro de Treinamento nos Estados Unidos e participa de debates sobre economia circular e inovação no setor

A edição 2025 da BWP – Brazil WindPower, principal evento do setor eólico da América Latina, será palco de debates importantes e anúncios voltados à inovação e à formação profissional. A Aeris Services, divisão de serviços e manutenções da Aeris Energy, durante sua participação na feira, vai apresentar o plano de construção de um novo Centro de Treinamento (CT) nos Estados Unidos, voltado à qualificação de técnicos especializados em reparo de pás eólicas — uma das principais demandas do mercado global de energia renovável.

Com investimento de aproximadamente US$ 100 mil, o centro ocupará uma área de 600 metros quadrados, num prédio equipado com duas salas de aula teórica e quatro de treinamento prático, com capacidade para formar até 30 técnicos por mês. O projeto prevê um ciclo de aprendizado que combina aulas presenciais e experiências práticas em parques eólicos norte-americanos, acelerando o processo de capacitação e garantindo padrões técnicos de excelência. 

A formação de técnicos qualificados é um dos maiores gargalos do setor, especialmente fora do Brasil. Com esse investimento, queremos atender à nossa demanda crescente por mão de obra e também contribuir para o fortalecimento da cadeia de valor da energia eólica nos mercados em que atuamos, o que vai beneficiar todo o sistema”, comenta Cássio Penna, que é vice-presidente da Aeris Services.

Além de ampliar a competitividade da empresa nos Estados Unidos, impactando diretamente no negócio também nacionalmente, já que enfrenta desafios do mercado interno, o novo CT deve gerar impacto positivo relevante para empresa como um todo. “Nosso objetivo é formar profissionais preparados para atuar com segurança, qualidade e inovação. Esse centro é um passo estratégico dentro do plano de expansão da Aeris Services, que prevê mais que dobrar o faturamento até 2030”, acrescenta Cássio.

A presença da companhia na Brazil WindPower também contará com a participação de Vitor de Araújo Santos, diretor de Engenharia, Gestão de Projetos e Inovação da Aeris Energy. Um dos fundadores da empresa, Vitor integrará o painel “Economia circular no setor eólico: inovação e reciclagem para um futuro sustentável”, que será realizado no dia 30 de outubro, das 14h30 às 15h10, destacando o papel da inovação e da gestão de resíduos na construção de um setor mais sustentável.

A edição deste ano da Brazil WindPower reforça a importância da colaboração entre indústria, governo e academia para consolidar o Brasil — e a América Latina — como protagonistas na transição energética global.

O Brazil WindPower 2025 será realizado de 28 a 30 de outubro, no São Paulo Expo. Considerado o principal evento da cadeia eólica da América Latina, reúne anualmente fabricantes, investidores, operadoras, autoridades governamentais e especialistas do setor. Além da feira de negócios, a programação inclui painéis técnicos, conferências, fóruns de inovação e rodadas de relacionamento.

Serviço:

Aeris no Brasil WindPower

Data: 28 a 30 de outubro de 2025

Horário: das 10h às 20h

Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center (Rodovia dos Imigrantes KM 1,5 – Água Funda, São Paulo – SP)

Palestra: “Economia circular no setor eólico: inovação e reciclagem para um futuro sustentável”, com Vitor de Araújo Santos

Data:  30 de outubro de 2025

Horário: das 14h30 às 15h10

Local: Arena de Debates do Brazil WindPower

Mais sobre a Aeris Energy

A Aeris Energy é uma empresa brasileira líder na fabricação de pás e serviços para aerogeradores na América Latina e uma das maiores produtoras no mercado mundial. Fundada em 2010 por um grupo de engenheiros oriundos do setor de aeronáutica, a empresa atua em uma localização estratégica no Nordeste brasileiro, com três unidades fabris no município de Caucaia, Ceará, na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

Foi fundada para atender à crescente demanda por soluções sustentáveis no mercado de energia. A empresa conta com uma equipe de alta performance, que executa processos com simplicidade, permitindo um ambiente de trabalho seguro e limpo, tendo como objetivo a alta qualidade, a eliminação de desperdícios e a satisfação dos clientes.

Etarismo reverso prejudica inovação nas empresas

Especialista alerta que o preconceito contra profissionais jovens limita o desenvolvimento de talentos e reduz a competitividade das organizações

O etarismo — preconceito baseado na idade — ainda é uma das formas mais comuns de discriminação no mercado de trabalho. A exclusão de profissionais mais velhos, muitas vezes afastados por supostamente estarem “fora do tempo”, é um problema conhecido e amplamente documentado. Mas há uma outra face desse mesmo preconceito que cresce silenciosamente nas empresas: o etarismo reverso, que desqualifica profissionais jovens por sua pouca idade.

“Ambas as formas são igualmente nocivas”, afirma Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria e gestor de carreiras. “Quando um profissional é subestimado por ser ‘velho demais’ ou ‘novo demais’, o resultado é o mesmo: perda de potencial, de engajamento e de inovação.”

No caso dos mais jovens, o preconceito costuma aparecer de maneira sutil — e quase sempre disfarçado de prudência. “É quando uma ideia é ignorada com a justificativa de que o profissional ‘ainda não entende as complexidades do negócio’, ou quando uma promoção é adiada porque ‘falta amadurecer’. O problema é que, ao silenciar essas vozes, as empresas perdem justamente o que mais precisam: novas perspectivas, domínio tecnológico e disposição para questionar o que está ultrapassado”, analisa Santos.

Um estudo publicado no periódico Developmental Psychology reforça o alerta: a discriminação contra profissionais jovens reduz a motivação, inibe o aprendizado e limita o desenvolvimento de competências essenciais. “Esses profissionais se sentem desvalorizados e, com frequência, buscam ambientes mais abertos à troca geracional. O resultado é aumento de rotatividade e perda de talentos promissores”, observa.

O especialista lembra que o etarismo reverso pode se manifestar em práticas corriqueiras. O “Gen-Z” estereotipado, por exemplo, é descrito como ansioso ou pouco comprometido, o que leva à microgestão e à falta de confiança. Há também a “barreira da liderança”, quando profissionais jovens, mesmo com resultados expressivos, enfrentam resistência para ocupar cargos de gestão. “E ainda existe o cenário clássico do ‘café e cópias’: tarefas operacionais são delegadas aos mais jovens, enquanto suas opiniões estratégicas são ignoradas. Isso corrói o engajamento e impede o aprendizado real”, explica Santos.

Para ele, o preconceito etário, em qualquer direção, compromete a cultura organizacional e o desempenho coletivo. “As empresas que ainda associam idade à capacidade de liderar ou inovar tendem a ficar para trás. A experiência é valiosa, mas deve andar junto da ousadia e da atualização”, avalia.

Entre as medidas para enfrentar o problema, Santos recomenda fortalecer uma cultura de integração entre gerações e revisar critérios de avaliação baseados apenas em tempo de casa ou faixa etária. “É preciso avaliar por competência, resultado e potencial. E criar programas de mentoria reversa, nos quais jovens e experientes aprendem uns com os outros, trocando repertórios técnicos e vivências profissionais. Essa troca é o que fortalece times diversos e sustentáveis”, defende Santos.

Ele reforça que combater o etarismo é também uma questão de estratégia. “Empresas que valorizam apenas o que é tradicional perdem o novo; e as que desprezam a experiência repetem erros já conhecidos. O equilíbrio entre juventude e maturidade é o que garante inovação real — e é isso que diferencia as organizações que aprendem das que apenas repetem. Ignorar essa integração é abrir mão de competitividade num mercado que muda rápido demais”, conclui.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, gestor de carreiras, PhD, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Autor do livro “Partiu Carreira”, TEDx Speaker, foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.