Dívidas condominiais protestadas no Ceará somam quase R$ 9 milhões desde 2020

Estado registra mais de 1,9 mil protestos em cartório; especialista alerta para importância da gestão preventiva nos condomínios

O Ceará acumula desde 2020 mais de R$ 8,9 milhões em dívidas condominiais protestadas em cartório, segundo levantamento do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil – Seção Ceará (IEPTB-CE). Os dados abrangem o período de janeiro de 2020 a março de 2025 e indicam que, nesse intervalo, 1.956 títulos foram levados a protesto no estado, o que representa 63,32% do total de 3.092 títulos apresentados.

O montante total de débitos condominiais encaminhados ao protesto ultrapassa R$ 12,3 milhões, com cerca de R$ 3,3 milhões recuperados após a formalização da cobrança extrajudicial. O ano de 2021 concentrou o maior número de títulos protestados, enquanto 2020 apresentou a melhor taxa de recuperação, com 42,12% das dívidas liquidadas após o protesto.

Além das implicações financeiras, o protesto pode acarretar consequências como a perda do direito de voto em assembleias condominiais e, em casos mais graves, a penhora do imóvel. Mesmo com a quitação, muitos protestos permanecem ativos por ausência de baixa formal: no Ceará, apenas 26,6% dos títulos protestados foram oficialmente cancelados, percentual semelhante à média nacional.

Para Luciano Magalhães Macedo, CEO do Cerus, instituição financeira especializada no setor condominial, os dados apontam para a necessidade de uma gestão mais profissional e estratégica nos empreendimentos residenciais. “O aumento do número de protestos evidencia a urgência de uma administração mais estratégica nos condomínios. O protesto é uma ferramenta válida, mas deve ser acionada apenas após tentativas de mediação e negociação. Quando a inadimplência é tratada de forma preventiva, com boa comunicação e previsibilidade financeira, todos ganham: síndicos, moradores e a própria sustentabilidade do condomínio”, afirma o executivo.

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