Frustração na infância: psicólogo alerta para a importância de acolher e validar os sentimentos das crianças

Datas comemorativas como o Dia das Crianças, aniversários ou o Natal costumam vir acompanhadas de grandes expectativas tanto por parte das crianças, que sonham com presentes e surpresas, quanto dos adultos, que desejam agradar e proporcionar momentos especiais. Mas nem sempre a realidade corresponde ao que foi imaginado, e isso pode gerar tristeza, comparações e frustração.

De acordo com o psicólogo e coordenador do curso de Psicologia da Estácio Ceará, Vicente Melo, o primeiro passo é validar os sentimentos da criança, reconhecendo que emoções como decepção e tristeza são legítimas. “Quando a criança expressa frustração, ela está mostrando que algo importante para ela não se concretizou. O adulto não deve minimizar nem ignorar esses sentimentos. É essencial acolher, escutar e mostrar que tudo bem se sentir assim”, orienta o psicólogo. Vicente ressalta que a escuta e o acolhimento fortalecem o vínculo emocional entre adultos e crianças. “Em muitos casos, o que a criança realmente deseja é ser vista e compreendida. Quando o adulto oferece presença genuína e atenção verdadeira, ele ensina que o amor não depende de presentes ou recompensas”, acrescenta.

Outro ponto importante é trabalhar expectativas realistas. Conversar com antecedência sobre o que será possível realizar ou oferecer ajuda a evitar idealizações e ensinar sobre limites. “A frustração faz parte da vida e, quando bem conduzida, contribui para o amadurecimento emocional. A criança aprende que nem tudo acontece como ela quer, mas que isso não significa falta de amor ou descuido”, explica o especialista.

Mais do que datas especiais, Vicente Melo reforça que o essencial é a qualidade da presença no dia a dia. “Estar junto de forma atenta, brincar, conversar e criar memórias afetivas são gestos que permanecem. Esses momentos são o verdadeiro presente para o desenvolvimento emocional das crianças”, conclui.

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