Instituto Beatriz e Lauro Fiuza celebra os seus 10 anos com concerto em Aracati no sábado e anuncia o surgimento do Instituto Jacques Klein 

O Instituto Beatriz e Lauro Fiuza (IBLF) celebra os seus dez anos de trabalho com o desenvolvimento humano de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social na cidade de Fortaleza, por meio do ensino da música e do karatê. Para celebrar a data, o Instituto irá promover neste sábado, 23, às 18 horas, em Aracati, no Largo da Igreja Matriz, o primeiro de uma série de dez concertos comemorativos e alusivos ao aniversário. O município do Litoral Leste cearense é a cidade natal do pianista e instrumentista Jacques Klein, patrono do Programa de Música da entidade.

O evento marcará ainda o anúncio da mudança de nome do IBLF, que passará a se chamar a partir de agora Instituto Jacques Klein, mantendo a linha de atuação da entidade, bem como as atividades e projetos na área de ação social e educação por meio da música. “O IBLF nasceu com o propósito de transformar vidas. Sua atuação foi centrada em educar crianças e jovens, despertando neles, o potencial que tem ao descobrir seus talentos para serem cidadãos de primeira classe. A música foi escolhida para fazer esta transformação, pois o seu uso requer muita dedicação, trabalho duro, aceitação de seu exercício sob o comando de um maestro, e sem dúvida, o aprendizado de trabalhar em conjunto. Nestes 10 anos, o IBLF já educou 1.650 jovens, sendo que 41 deles já alçaram voo, indo para a Universidade. Outros sete já vivem como músicos, sustento a si próprios e suas famílias. A troca de nome agora, para Instituto Jacques Klein, se deve a nossa crença que, homenageando este cearense ilustre, nascido em Aracati e se transformando em um dos mais importantes pianistas do mundo, sirva de incentivo para todos os que entrem em nosso programa, mostrando que eles também podem chegar lá!”, comenta Lauro Fiuza, Diretor Presidente do Instituto Beatriz e Lauro Fiuza.

O concerto de aniversário contará com apresentação da Orquestra Jacques Klein e Coral Vozes de Iracema, ambos grupos musicais do Instituto Beatriz e Lauro Fiuza, com participação da pianista Olívia Tebaldi e da Banda de Música Jacques Klein, de Aracati.

Jacques Klein nasceu na cidade de Aracati e foi um pianista renomado, recebendo em 1955 a Medalha Harriet Cohen, em Londres, como o melhor jovem pianista do ano. Foi por duas vezes diretor da Sala Cecília Meireles e um dos diretores da Orquestra Sinfônica Brasileira. É considerado um dos mais expressivos pianistas do século XX.

Sobre o IBLF

O IBLF atua em bairros de Fortaleza que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), atendendo atualmente crianças a partir dos 04 anos de idade. Através do Programa de Música Jacques Klein (PMJK), oferece atividades musicais, que atualmente atende mais de 400 alunos, desde a musicalização infantil até a especialização no instrumento de sua escolha.

Além de manter um acompanhamento social através do Programa Envolver, de Desenvolvimento Humano (PEDH), proporcionando o suporte necessário aos alunos e seus familiares nos núcleos Passaré e Casa José de Alencar (UFC).

O Instituto conta com o patrocínio da Enel Brasil, Gera Maranhão, Servtec, Gerdau, Cegás, Newland, 3 Corações, Cerbras, Ibyte, Mercadinhos São Luiz, Unilab, Granos, Durametal. O IBLF conta ainda com a parceria institucional da Universidade Federal de Fortaleza (UFC), Casa José de Alencar, Universidade de Fortaleza – Unifor, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Centro Universitário 7 de Setembro – UNI7, Colégio 7 de Setembro, Slogan, Instituto Raimundo Vieira Cunha e Escritório de Advocacia Clóvis Mapurunga. A produção executiva é da Quitanda Soluções Criativas, com apoio institucional da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) e realização do Ministério da Cultura através da Secretaria Especial da Cultura do Governo Federal, Prefeitura do Aracati e Instituto Beatriz e Lauro Fiuza.

Para acompanhar as ações que o IBLF promove, siga-nos nas redes sociais: FacebookInstagram e Youtube ou nos acompanhe pelo site www.iblf.org.br.

Para mais informações sobre o Instituto

85 98957-0348 | info@iblf.org.br

Serviço:

Concerto de Aniversário – 10 Anos do Instituto Beatriz e Lauro Fiuza

Data: 23 de julho (sábado)

Local: Largo da Igreja Matriz de Aracati – Rua Dragão do Mar, 121 – Centro – Aracati/Ce.

Horário: 18 horas

Tribunal de Justiça do Ceará lança edital para selecionar 140 Juízes Leigos que atuarão nos Juizados Especiais

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) informa que vai realizar seleção pública para designar 140 Juízes Leigos que atuarão nos Juizados Especiais do Estado. De acordo com o Edital nº 01/2022, as inscrições começam às 16h desta quarta-feira (20/07) e prosseguem até as 16h do dia 18 de agosto de 2022.

O valor da inscrição é de R$ 60,00 (sessenta reais), a ser efetuada exclusivamente pela Internet, clicando AQUI.

Os juízes leigos são advogados que auxiliam o Judiciário sob a supervisão de um juiz togado, em contratos temporários sem vínculo empregatício ou estatutário com o TJCE. A remuneração é por ato homologado pelo magistrado responsável e pode variar até o limite de R$ 7.110,39 por mês. Os juízes leigos podem presidir audiências de instrução e julgamento, colher provas e elaborar minuta de sentença a ser homologada pelo respectivo juiz de Direito, realizar atividades de conciliação, execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, sempre supervisionados por juízes de carreira.

A contratação desses profissionais é uma das medidas do Programa Celeridade e Produtividade do TJCE. Para fins de avaliação, cada juiz leigo deverá realizar, no mínimo, 40 atos por mês. O não atingimento da meta por três meses consecutivos poderá resultar, após apuração dos motivos, no remanejamento ou no desligamento do auxiliar.

Os requisitos para o exercício da função de juiz leigo e a tabela de remuneração podem ser conferidos clicando AQUI

Máscara 4K Panoramic, de Make B., com efeito panorâmico: 1.000% + volume e ultradefinição

Quem já usa os itens de maquiagem do Boticário sabe que, quando o assunto é “cílios”, a marca é expert e entrega tudo. E não foi diferente em seu mais recente lançamento, a Máscara 4K Panoramic, de Make B., a combinação perfeita de tratamento e aplicador de duplo efeito, que garante fios mais grossos, hidratados, preenchidos, encorpados e 10% mais fortes.

Esse inovador pincel duplo e multifuncional que chega no mercado brasileiro tem uma escova de nylon de um lado e um pente de silicone do outro. Dessa forma, a máscara garante máximo volume aos fios em todos os ângulos, enquanto proporciona ultradefinição e alongamento de ponta a ponta.

Seguindo os pilares de Dermomake, a maquiagem que trata, o produto traz bioqueratina em sua fórmula, que repõe a proteína dos cílios, garantindo mais resistência, força e restauração àqueles danificados. Ela também é ultrablack, com pigmentação de intensa aderência, sendo à prova de borrões, além de não pesar no olhar, ser de fácil remoção e oferecer até 10 horas de duração. 


MODO DE USAR

Para conseguir um olhar marcante, aplique primeiramente a parte de nylon da máscara (a escova) no sentido da raiz às pontas para dar volume aos fios; em seguida, passe o aplicador de silicone (o pente) para ganhar alongamento e definição. E, claro, é possível compor quantas camadas quiser para arrasar na produção!

Os itens são encontrados em todas as lojas físicas e no e-commerce da marca, no link www.boticario.com.br, além do aplicativo Boticário, disponível para as versões Android e iOS. Também é possível fazer pedidos via WhatsApp pelo número 0800 744 0010 – número oficial e seguro – diretamente na plataforma do dispositivo. Basta contatar a marca por esse número para verificar a disponibilidade na sua região. Há ainda a opção de contatar um revendedor da marca pelo endereço boticario.com.br/encontre.

Sobre O Boticário  

O Boticário é uma empresa brasileira de cosméticos e marca primogênita do Grupo Boticário. A marca de beleza mais amada e preferida dos brasileiros* foi inaugurada em 1977, em Curitiba (Paraná), e tem hoje a maior rede franqueada** do Brasil com pontos de venda em 1.650 cidades brasileiras e com presença em 15 países.

O Boticário conta com um amplo portfólio composto por itens de perfumaria, maquiagem e cuidados pessoais e está presente nos canais de loja, venda direta e e-commerce. Comprometida com as pessoas e o planeta, a marca possui o maior programa de logística reversa em pontos de coleta do Brasil, o Boti Recicla, além de fazer parte do movimento Diversa Beleza – um compromisso com a beleza livre de estereótipos – e não realizar testes em animais.

Memorial Edson Queiroz tem programação gratuita nas férias

A programação cultural acontece sempre às quartas e sextas-feiras, com acesso gratuito. Além dos espetáculos musicais de chorinho, o público terá a oportunidade de assistir apresentações de coral, teatro e contação de histórias

O Memorial Edson Queiroz, em parceria com a Secretaria de Cultura do Município de Cascavel, realiza, a partir desta quarta-feira (20), uma programação especial de férias. As apresentações musicais gratuitas acontecem sempre no auditório, às quartas e sextas-feiras, seguindo até agosto.

Com início às 19h, as “Quartas com chorinho” trazem alegria e animação com os músicos Adeilson Cardoso, André Alencar, Rafael Filho e Milton França.

Já às sextas-feiras, a programação variada traz apresentações de coral, teatro e contação de histórias, destinadas a todos os públicos, acontecendo sempre a partir das 18h.

A programação é aberta ao público de todas as idades, com acesso gratuito. É necessária a apresentação do cartão de vacinação e o uso de máscara.

SERVIÇO

Férias no Memorial Edson Queiroz

Quartas com chorinho
Dia: Quartas-feiras de julho
Hora: 19h
Local: Auditório
Acesso: Gratuito

Sexta Cultural
Dia: Sextas-feiras de julho
Hora: 18h
Local: Auditório
Acesso: Gratuito

Memorial Edson Queiroz
Praça Nossa Senhora do Ó
Rua Crispin Teixeira – Centro, Cascavel (CE)
www.memorialedsonqueiroz.com.br | (85) 2181-6339

Exposição “Novos Olhares para Monalisa” traz peças com acessibilidade para pessoas com deficiência visual

A exposição Novos Olhares para Monalisa apresenta, a partir do próximo dia 6 de agosto, a 21º edição, com coleção de Veridiana Brasileiro e curadoria de Andréa Dall’Olio Hiluy. Todas as peças contam com etiquetas e textos em braile, proporcionando acessibilidade para pessoas com deficiência visual. A cerimônia de abertura acontece na Casa de José de Alencar, onde as obras seguem expostas até o dia 31 de agosto, com patrocínio do Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Grupo Marquise e Hapvida. 

A curadora Andréa Dall’Olio comenta a importância de uma exposição interativa e acessível para diversos públicos. “O objetivo é ampliar a discussão sobre as diferentes formas de arte e alcançar a sociedade de forma sensível, fomentando a acessibilidade, a educação artística e a transformação cultural”, explica.

Pensada para acolher e evidenciar a potência da arte cearense em sinergia à global, a exposição Novos Olhares para Monalisa resulta numa nova criação e não uma mera recriação repaginada – é um projeto educativo, de fácil assimilação, mesmo para quem não tem convívio com a arte.

Sobre a Exposição Novos Olhares para Monalisa

A primeira edição da exposição “Novos Olhares para Monalisa” aconteceu há 7 anos. Hoje, a coleção, pertencente à Veridiana Brasileiro, médica cearense, é formada por mais de 600 releituras de artistas cearenses, que representam a maior parte da coleção. As obras possibilitam, inclusive, um recorte contemporâneo da atividade artística do estado. A partir de 2015, as obras passaram a ser expostas – já são 21 exposições pelo Ceará, com mais de 40 mil visitas na capital e municípios do interior.

Serviço

Exposição Novos Olhares para Monalisa – 21º edição

Abertura: 6 de agosto

Horário: 10h às 14h

Local: Casa de José de Alencar, sala Valdelice Girão (Av. Washington Soares, 6055)

Visitação: até 31 de agosto

Horário: Segunda à sexta-feira, de 8h às 17h; aos sábados, de 08h às 12h

Agendamento de visitas em grupo pelo site: https://bit.ly/3zJZXRm

Fone: (85) 3366.9276

Acesso gratuito e aberto a todos

Vem aí mais uma edição do projeto “Tá na Moda, Tá na Faixa”

O curso de Design de Moda da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, vai realizar mais uma edição do “Tá na Moda, Tá na Faixa”. A iniciativa promove intervenções artísticas por meio de desfiles em avenidas de Fortaleza. Nesta semana, o projeto acontecerá no dia 21 de julho, quinta-feira, no cruzamento das avenidas Washington Soares com Valmir Pontes, em frente à Unifor, a partir das 17h – com cerca de 20 minutos de duração, respeitando o fechamento do semáforo.  

A ação, realizada em faixas de pedestre, visa fortalecer as interlocuções da moda com a cidade de Fortaleza, a partir de um contato direto com a população, sem interferências. Nos desfiles, são expostas criações de estudantes do curso de Moda da Unifor, desenvolvidas durante as disciplinas da graduação. Ao todo, a iniciativa contará com 15 modelos e um DJ, que ficará responsável pela sonorização do evento. 

“O objetivo dessa intervenção urbana é aproximar a moda das pessoas. Por encarar a moda como um fenômeno social, cultural e histórico a gente também sente essa necessidade de aproximar a moda do dia a dia e das pessoas”, frisa a coordenadora da graduação em Design de Moda da Unifor, Priscilla Medeiros. 

Para ela, retornar os eventos do curso após o período critico da pandemia é sinônimo de gratidão. “É gratificante ter contato com as pessoas e com a rua, porque a moda é isso: comunicação e integração. Fazendo isso, estando na rua, damos sentido aos nossos alunos, professores e para toda a cadeia da moda”, completa.  

Experiência 


Bruna Larissa é uma das estudantes que irão expor no “Tá na Moda, Tá na Faixa”. A coleção que seré apresentada, segundo ela, é comercial, e se chama “All Eyes On Me” (“Todos os Olhares Voltados Para Mim”, em português). “Na primeira oportunidade que participei tive essa experiência de estarem todos olhando para o meu modelo, para mim, e agora vou viver isso de novo. No entanto, desta vez, estaremos na Washington Soares, onde sempre tem muita gente passando. Sei que vai ser uma experiência incrível, por isso estou muito ansiosa por esse momento!”, conta a estudante.

Com nota máxima (5) em Conceito de Curso (CC) pelo Ministério da Educação (MEC), o curso de Design de Moda da Universidade de Fortaleza é para quem busca trabalhar com criação e gestão de produtos e projetos de vestuário e/ou acessórios em confecções, na indústria têxtil e no comércio varejista/atacadista da moda. Os graduados do curso estarão aptos para atuar em qualquer uma das etapas da cadeia produtiva do setor, como consultoria, assessoria técnica, design/estilismo, editoria de moda, fotografia, gerenciamento, modelagem, produção e negócios.

Serviço 
“Tá na Moda, Tá na Faixa” – Julho 2022
Data: 21 de julho, quinta-feira 
Horário: 17h
Local: Cruzamento das avenidas Washington Soares com Valmir Pontes

Empreendedorismo científico: conheça a história da biomédica Mariana Silva, mulher negra, baiana e pesquisadora na USP

Dados divulgados pela UNESCO apontam que apenas 30% dos cientistas no mundo são mulheres. No Brasil, apesar das bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq estarem em sua maioria nas mãos do público feminino (75,5%), apenas 7% desse número é ocupado por mulheres pretas. A biomédica baiana Mariana Silva conhece essa realidade de perto. Mulher negra e soteropolitana, a trajetória como cientista não foi fácil e, até os dias de hoje, alguns obstáculos ainda aparecem pelo caminho.

Atualmente mestranda pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) no programa de Ciências Médicas, Mariana Silva pontua que o machismo e o sexismo apareceram em diferentes etapas da sua atuação como cientista e empreendedora. Um exemplo disso, é a ausência de mulheres, sobretudo negras, no corpo docente das instituições e como referências importantes para as diversas áreas acadêmicas

Hoje, na USP, eu não me vejo, não me sinto parte da história que contam ali, as principais representações, os chamados patronos do curso, são homens, brancos e mais velhos. Então eu não estou ali, sou mulher, negra, cientista, com 30 anos lidero uma startup, mas parece que a sociedade quer sempre mais de nós para considerar os nossos feitos como referência”, desabafa a biomédica e CEO da startup Planty Beauty.

Para a biomédica, a falta de representação feminina nos espaços de poder gera angústia e desmotivação, independente do grau técnico em que esteja atuando. Essa inquietação sentida por Mariana a acompanha desde os primeiros anos de graduação e se mantém nos dias de hoje na atuação no mestrado, como estudante e cientista, e também nos espaços de trabalho em que atua como empresária. 

Antes da atuação como CEO da Planty Beauty, os obstáculos enfrentados por Mariana geraram grandes traumas. A biomédica relembra que chegou a ser expulsa do primeiro mestrado em que ingressou pelo seu orientador, pois desconhecia os processos intrínsecos a essa etapa da academia. “Eu precisava de uma orientação de como fazer a aplicação para se qualificar e não tive retorno, busquei uma terceira pessoa para me auxiliar e isso não o deixou muito feliz. Então ele me mandou um email comunicando que eu não fazia mais parte do programa como aluna dele. É um trauma que eu carrego até hoje”, detalha. 

Com um histórico acadêmico que conta com vivências internacionais, Mariana destaca que as dificuldades que enfrenta como pesquisadora apareceram logo nos primeiros anos da graduação, ainda como pesquisadora voluntária, ela relembra que o processo foi denso e quase a fizeram desistir do seu sonho. “No início foi um desastre! Não tive nenhum apoio, nem daqueles que deveriam ser meus orientadores. Me desiludi completamente sobre a possibilidade de ser uma cientista. Me graduei e guardei meu diploma na gaveta”, conta a biomédica.

Antes da desilusão total com a graduação, Mariana Silva buscou outras experiências e expandiu seus estudos para a América do Norte. Durante um ano, a biomédica integrou o programa Ciências sem Fronteiras, na University of Manitoba, no Canadá, como aluna visitante. Conhecido como “período sanduíche”, nessa etapa, o estudante realiza parte de seu trabalho em uma universidade fora do país de origem, para aproveitar e experienciar novas infraestruturas e condições de pesquisa.

As vivências na maior universidade da província de Manitoba rendeu conhecimentos e experiências únicas, mas embarcar nessa nova fase gerou algumas complicações no andamento da graduação aqui no Brasil. Mariana quase perdeu a oportunidade de se graduar. “Passei o intercâmbio no Ciências sem Fronteiras e, mesmo sendo proibido, a faculdade me expulsou porque eles não permitiam o trancamento do curso e eu tive que buscar isso na justiça. Tudo isso é muito doloroso e traumático, mas eu não desisti, tô buscando um caminho para construir a ciência como eu acredito que tem que ser”, conta.

Ao retornar para o Brasil e concluir a graduação, Mariana decidiu direcionar as suas experiências para outro setor, passou a se dedicar ao mercado empresarial. A  mudança não foi apenas na área de atuação e estudo, a biomédica se aventurou em outra cidade: São Paulo. “Ao chegar na capital paulista, entrei de cabeça no mundo corporativo, fiz um MBA e cheguei a trabalhar em um banco. Mas eu, que gostava tanto da ciência, do trabalho em laboratório, mesmo com as dificuldades, resolvi novamente mudar a rota e encarar os desafios de quem opta por fazer pesquisa neste país”, destaca Mariana Silva.

Na capital paulista, inserida no universo empresarial, a biomédica abriu a sua primeira empresa junto com dois sócios. Essa experiência gerou novos transtornos para Mariana e mostrou para a empresária que no mundo dos negócios o machismo é tão forte quanto na academia. “Era uma empresa voltada para a pesquisa e desenvolvimento de ativos farmacêuticos, eu fundei na época do mestrado e não recebia nada ainda de retorno financeiro. Eu usava meu dinheiro pessoal para estruturar a empresa e eu não era vista como igual pelos meus parceiros de trabalho, então, por diversas vezes, sofri gaslighting e não tinha reconhecimento pelas minhas ações para e com a instituição”, conta a biomédica sobre um dos períodos mais complicados da sua jornada até aqui.

A empresa em questão segue em atividade sob responsabilidade de outras pessoas e Mariana saiu desse empreendimento sem receber a sua parte com valores devidos, muito menos o reconhecimento pelo empenho para o pleno funcionamento da entidade. “Eu era a única a colocar dinheiro e todo mundo tinha participação igual nos lucros, mas eles trabalhavam infinitamente menos que eu. E o tempo todo me diziam ‘você não sabe o que ta fazendo’, ‘essa ideia não é boa o suficiente’. Eu sugeria algo, eles não aceitavam e depois, a mesma ideia, apresentada por um conselheiro era aceita”, relembra sobre a primeira desilusão como empreendedora.

Apesar da relação entre “tapas e beijos”, forma como Mariana mesma resume o percurso que traçou até aqui, e segue trilhando no mestrado, a biomédica uniu a preocupação com o meio ambiente, a paixão pela ciência e o empreendedorismo, para criar a startup Planty Beauty, uma das primeiras empresas do país a utilizar matérias-primas inovadoras e ecologicamente responsáveis na produção de cosméticos sustentáveis. Para Mariana Silva, a nova etapa, como CEO, a ajudará a levar a ciência para todos e todas de uma forma mais limpa, responsável e consciente.

Estamos vendo que é possível apresentar uma nova forma de aproveitar os recursos naturais, sem a degradação e os impactos gerados pela indústria química que atualmente fornece boa parte dos insumos para os produtos que são comercializados. A Planty quer questionar a forma como a produção dita natural acontece e mostrar que a biotecnologia pode fazer esse processo ser escalável, rentável e sustentável ao mesmo tempo”, explica Mariana Silva.

As expectativas para o futuro são as melhores, Mariana Silva acredita no potencial da equipe e pretende expandir a atuação que vem fazendo junto aos sócios, o químico paulista Otto Heringer e o farmacêutico Rodolfo Franco. Apesar dos desafios impostos pelas barreiras que surgem ao fazer ciência sem um laboratório próprio e sem o estereótipo de pesquisadores mais seniores – já que a equipe tem por volta de 30 anos -, os planos de crescimento envolvem também a expansão para América Latina e do Norte.