Como uma boa alimentação pode interferir na fertilidade de casais tentantes 

A adesão a uma boa alimentação na rotina possui um impacto importante na preservação e melhora da fertilidade tanto do homem como da mulher. Trazendo luz sobre o assunto, no Dia Nacional da Saúde, comemorado no Brasil nesta sexta-feira (5), o médico especialista em reprodução humana Marcelo Cavalcante alerta sobre evitar dietas radicais e adverte que o ideal é manter o equilíbrio. 

Neste momento de planejamento, a mulher, principalmente, deve priorizar a captação de sabores e aromas naturais em refeições que também são ricas em vitaminas e minerais. A manutenção de um peso adequado para a altura melhora o padrão ovulatório. “Não só condições de um sobrepeso como um baixo peso podem dificultar o processo de engravidar e tornar a gestação mais complicada. O nosso corpo é formado por diversos aminoácidos, portanto, a falta de vitaminas, minerais, proteínas e boas gorduras vão interferir na formação de uma nova vida”, explica Dr. Marcelo. 

Não se restringindo apenas à concepção, uma dieta saudável também deve ser mantida durante o período gestacional. Em uma publicação recente na renomada revista científica Journal of Reproductive Immunology, o médico destaca que “nesse estudo, em colaboração com a Dra. Joanne Kwak-Kim, da Rosalind Franklin University of Medicine and Science (Chicago, EUA), observamos que uma dieta com alimentos menos inflamatórios pode melhorar os resultados gestacionais, reduzindo a ocorrência de complicações obstétricas”, adiciona. 

Nos homens, os hábitos alimentares também possuem significativos impactos. Para aqueles que possuem sobrepeso ou baixo peso e uma dieta pobre em nutrientes, a produção e a qualidade do sêmen podem ser afetados, alterando a motilidade dos espermatozoides. 

De acordo com o especialista, a falta de nutrientes pode não deixar o casal estéril, mas pode ocorrer uma condição de falsa sensação de baixa fertilidade. “Criar uma rotina realmente moldada em bons hábitos aumenta as chances de gravidez. O que realmente importa é o conjunto de hábitos saudáveis e não apenas o consumo de determinados alimentos. Um bom sono, alimentação e exercícios regulares com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar são fatores que fazem a diferença”, ressalta o médico. 

Sobre o Dr. Marcelo Cavalcante 

Médico ginecologista especialista em reprodução humana,  graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com residência médica na Universidade de Campinas e especialização em Imunologia da Reprodução na Rosalind Franklin University, em Chicago (EUA). Possui doutorado em Ciências Médicas pela UFC e pós-doutorado na University of Central Florida, de Orlando (EUA). Atualmente é sócio da clínica Conceptus, que atua no estado há 24 anos. É, ainda, Professor Adjunto da Universidade de Fortaleza e Coordenador da Pós-Graduação em Reprodução Assistida da CETRUS-Recife (PE).

Feira Agroecológica no Cocó, neste sábado, comercializará produtos orgânicos provenientes de unidades prisionais

O Governo do Ceará promove hoje, 06, mais uma edição da Feira Agroecológica no Parque Adahil Barreto, em Fortaleza.

A iniciativa vai ser executada pelas Secretarias do Meio Ambiente (Sema), Desenvolvimento Agrário (SDA) e Administração Penitenciária (SEMA) em parceria com a Fundação Cultural, Educacional, Popular, em Defesa do Meio Ambiente (Cepema) e a Rede EcoCeará.

Nesta edição, a novidade é o lançamento da comercialização de produtos orgânicos e artesanatos provenientes da Unidade Prisional de Sobral e da Unidade Irmã Imelda Lima Pontes, em Aquiraz, como destaca o secretário do Meio Ambiente, Artur Bruno.

Serviço

Lançamento da comercialização de produtos orgânicos e artesanatos provenientes da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes e da Unidade Prisional de Sobral

Dia: 6 de agosto de 2022 (Sábado)

Hora: 9h

Local: Área Adahil Barreto do Parque Estadual do Cocó

Endereço: Rua Major Virgílio Borba, 177 – Dionísio Torres, Fortaleza  

Mais de 23 milhões de eleitores estão aptos a votar

Mais de 156,45 milhões de pessoas estão aptas a votar no próximo dia 2 de outubro, quando os brasileiros começarão a escolher o próximo presidente da República, além dos futuros governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais. Neste universo heterogêneo de cidadãos, ao menos 23,34 milhões de eleitores e eleitoras atenderão ao compromisso cívico por vontade própria, já que não são obrigados a votar.

A Constituição Federal estabelece o voto facultativo, ou seja, opcional, para os jovens de 16 e 17 anos de idade; pessoas com 70 anos ou mais e também para analfabetos. Só os eleitores que declaram não saber ler, nem escrever, ultrapassam os 6,33 milhões de pessoas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um número que representa cerca de 4% de todas as pessoas em condições legais de votar.

A diarista Maria Sônia Ribeiro da Silva, 50 anos, é uma dessas pessoas. Ainda que, a rigor, sua participação nos pleitos anteriores não tenha sido exatamente espontânea. “Até hoje, eu não sabia que não era obrigada a votar”, reagiu a diarista ao ser informada, pela reportagem, que, na condição de analfabeta, não teria sofrido sanções caso tivesse deixado de votar em eleições passadas. Abolido em 1881, o direito dos analfabetos ao voto só foi restituído em 1985, por meio de uma Emenda Constitucional que garantiu a uma parcela da população que, à época, era ainda maior, o direito a ajudar a escolher seus representantes políticos.

“Eu votava porque achava que era o jeito. Que perderia o título de eleitor, pagaria multa, caso não comparecesse. Até falei com meu marido que, se não fosse obrigatório, eu não votaria mais, porque é sempre a mesma coisa, as mesmas promessas. Por outro lado, também acho importante a gente participar, tentarmos fazer com que o país melhore. Tanto que, agora, sabendo que não sou obrigada, acho que vou repensar e, talvez, continuar indo votar”, destacou a diarista, explicando que costuma se informar sobre política pelos telejornais e conversando com parentes e amigos e na hora de votar, leva consigo uma “cola” com o número dos seus candidatos.

De acordo com o último censo populacional realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, a taxa de analfabetismo entre a população de 15 anos ou mais tinha caído de 13,63%, em 2000, para 9,6%, totalizando 13.933.173 em 2010. Pelos dados disponibilizados pelo TSE, este ano, o maior número de eleitores que se autodeclararam analfabetos no momento do alistamento eleitoral tem entre 70 a 74 anos de idade, superando as 730 mil pessoas.

Jovens e Idosos

Além dos analfabetos, há, entre os dito eleitores espontâneos, 815.063 pessoas com 16 anos de idade e outros 1.301.718 que já completaram 17 anos. Juntos, os dois grupos somam 2.116.781 eleitores. Um número cerca de 50% superior aos 1.400.617 registrados em 2018.

Já o total de eleitores e eleitoras com mais de 70 anos de idade aumentou de 12,02 milhões, em 2018, para 14.893.281, em 2022. Destes, 184.438 têm mais de 100 anos – dentre os quais, 45,4 mil não sabem ler ou escrever.

Favorável à tese de que o voto deveria deixar de ser obrigatório e passar a ser facultativo para toda a população brasileira, o cientista político Antonio Lavareda acredita que o crescente número de pessoas votando sem ser obrigadas indicam um “maior nível de consciência cívica” e de interesse pela política.

“As pesquisas têm demonstrado que as pessoas vêm manifestando um inusual grau de interesse pela política, mais especificamente pelo pleito deste ano. O que pode ser um indicador de que a participação eleitoral pode vir a ser maior que na eleição de 2018, quando a abstenção superou os 30 milhões de eleitores”, disse Lavareda à Agência Brasil.

“O crescimento do número de eleitores com 70 anos ou mais e de jovens com 16 e 17 anos acompanha o manifesto interesse do restante da população pelo pleito deste ano. E será muito bom para o processo democrático se a alienação eleitoral registrada na última eleição for menor”, acrescentou o cientista político ao pontuar que, apesar das poucas pesquisas acadêmicas sobre os eleitores espontâneos, é possível afirmar que, confirmada a hipótese deles serem mais interessados, tendem a ser mais “ideologizados”, tendo preferências mais “articuladas e consolidadas”. “Com isso, quem tende a ser menos beneficiado por estes votos são os candidatos situados mais ao centro do espectro político ideológico”.

Professora e pesquisadora do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a também cientista política Rachel Meneguello considera que a motivação para o voto espontâneo está associada ao interesse pela política e à percepção da importância de que, em uma democracia representativa como a brasileira, os cidadãos devem assumir a responsabilidade de ajudar a escolher seus líderes políticos.

“As pesquisas mostram que, nos últimos 20 anos, se o voto não fosse obrigatório, não menos que 40% dos eleitores iriam votar. Ainda assim, o eleitorado entende o ato de votar como um ato cívico que faz parte de sua vida política – a ponto de, na redemocratização, após a ditadura militar, [o direito a] votar para presidente em eleições diretas ter sido um dos pontos centrais das campanhas que envolveram grande parte da população”, destacou Rachel.

De acordo com a cientista política, as pesquisas existentes indicam que a maioria dos eleitores que votam por vontade própria possuem maiores escolaridade e renda média, mas também exigem campanhas públicas específicas. 

“O acesso à informação geral e à informação política é um fator central para a mobilização política e esses grupos [no geral] têm maior acesso, contudo, dependem mais de campanhas específicas. Neste ano, por exemplo, vimos a campanha do TSE destinada a estimular o envolvimento dos mais jovens”, frisou Rachel, que também espera uma menor abstenção eleitoral para este ano, mas ao contrário de Lavareda, defende a manutenção do voto obrigatório para os demais eleitores.

“Entendo o voto obrigatório como um dever cívico muito positivo. O eleitor deve praticar a responsabilidade pela escolha dos representantes que votam por ele no Congresso, assembleias ou câmaras municipais.  O que pode ser aperfeiçoado no caso brasileiro é a organização do sistema partidário, de forma que os partidos de fato consigam organizar a informação política para os eleitores, pois sabemos que a média do eleitoral tem dificuldades em localizar-se no sistema de partidos e definir as escolhas de deputados federais, estaduais e senadores em um sistema partidário fragmentado como é o sistema brasileiro”, explicou.

(Agência Brasil)