Congresso reúne os principais representantes do setor de energia solar fotovoltaica e segmentos relacionados. Tendo ainda feira e minicursos, o evento continua na quinta, 24.
O Intersolar Summit Brasil Nordeste, um dos mais completos eventos da região envolvendo geração solar e temas relacionados, iniciou sua quinta edição em Fortaleza, na quarta-feira, 23. O Centro de Eventos do Ceará virou palco de importantes discussões sobre mercado de carbono, geração centralizada, microrredes e geração distribuída no congresso do evento.
Além disso, o público do primeiro dia superou as expectativas da organização. Quem esteve na feira conheceu as principais novidades do segmento em um espaço de 7.500 m², e participou dos minicursos que ofereceram atualizações importantes aos profissionais sobre o mercado. Organizado pela Aranda Eventos & Congressos, em colaboração com a Solar Promotion International GmbH da Alemanha, o Summit traz à tona discussões estratégicas para o futuro do setor.
Na abertura do evento, Florian Wessendorf, diretor-geral da Solar Promotion International GmbH, destacou o grande crescimento do segmento de energia solar no Brasil nos últimos anos e a importância da região Nordeste. “Temos um congresso que debate as principais tendências da transição energética no país e suas implicações para a região com discussões envolvendo agentes importantes do setor. Com energia do sol, podemos iluminar o mundo de maneira mais limpa, verde e sustentável”, destacou.
O consultor da Aranda Editora, Celso Mendes, ressaltou a trajetória da Intersolar no país, por realizar discussões antes mesmo da primeira regulamentação da energia fotovoltaica e projetar boas perspectivas para os próximos anos. Por sua vez, Jurandir Picanço, consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), traçou um panorama da transição energética, relacionando à fonte solar com outras importantes tendências, como o hidrogênio verde e armazenamento.
Por sua vez, Luís Carlos Queiroz, presidente do Sindienergia, abordou o crescimento do Ceará na geração fotovoltaica, com destaque tanto na modalidade centralizada quanto na distribuída. Ele abordou ainda o projeto conduzido pela FIEC para impulsionar o hidrogênio verde no Estado.
O presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Rodrigo Sauaia, falou de algumas das pautas prioritárias para o setor em 2025. A Absolar vem trabalhando junto aos órgãos reguladores para solucionar temas como os cortes de geração de energia elétrica, em especial do setor solar fotovoltaico e negativas aos pedidos de conexão de geração distribuída por conta da inversão do fluxo de potência. Sauaia comentou ainda sobre articulações no Congresso para melhorar o arcabouço regulatório no país.
Em sua saudação, Markus Vlasits, presidente da Associação Brasileira de Armazenamento de Energia (Absae), afirmou que o mercado de armazenamento poderá entregar de 15 a 20 GWh de capacidade ao longo dos próximos anos, ressaltando que o país tem energia renovável em larga escala, mas sem uma estratégia eficiente de armazenamento, o consumidor pode ser penalizado.
Painéis
A primeira discussão do evento abordou “Mercado de carbono: regulamentação e impacto na indústria solar”. O painel foi mediado por Fabiano Machado, diretor na Apsis Carbon. Ele destacou que o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), prevê a criação de um padrão próprio de certificação, com metodologias próprias, o que tende a reduzir custos, visto que o mercado voluntário atualmente depende de padrões internacionais. Por sua vez, Cândido Henrique, estrategista em Sustentabilidade e Descarbonização Industrial da FIEC/Senai-CE, explicou que a energia solar vai contribuir para ajudar os grandes emissores de carbono a diminuírem a sua pegada. Já Marina Mattar, CEO da Perspectivas, lembrou que na COP29, em Bacu, foi concluído o artigo 6º do Acordo de Paris, que trata das regras do mercado de carbono. Segundo ela, o setor de energia solar tem uma grande oportunidade para, na COP30, em Belém, influenciar as regras que vão aprofundar a implementação do mercado global de carbono.
Abrindo os trabalhos da tarde, o painel “Geração solar centralizada: desafios e oportunidades” traçou um panorama da modalidade. O presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia falou sobre o avanço da fonte solar nos últimos anos. Ele ressaltou ainda a quantidade relevante de projetos em construção e em desenvolvimento na região Nordeste. Esse cenário, entretanto, está ameaçado por questões regulatórias, como falta de ressarcimento de custos em casos de cortes de geração. Já Camila Ramos, CEO da CELA (Clean Energy Latin America), comentou a respeito da participação das plantas de energia solar no mercado livre de energia. Em 2024, houve assinatura de 31 contratos na modalidade, sendo 18 em solar e 2 em híbrido – com solar e eólica. Ela abordou a autoprodução como um nicho que vem viabilizando contratos de longo prazo. Por sua vez, Francisco Habib Issa Mattos, diretor de Engenharia e membro do Conselho da Casa dos Ventos, falou da entrada da companhia no mercado de energia solar, ocorrida ano passado, que prevê R$ 4 bilhões em investimentos até 2026. O executivo apontou, dentre outras coisas, a importância da ampliação do mercado de baterias para inserção de mais energia renovável no sistema brasileiro.
Encerrando o primeiro dia de discussões, ocorreu o painel “Perspectiva de microrredes e geração distribuída no Nordeste”. Hanter Pessoa, diretor de Geração Distribuída do Sindienergia, apresentou dados acerca de instalações da região, que contribuem para ampliar a importância da fonte solar fotovoltaica na matriz brasileira. Marcos Izumida, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Gridspertise, destacou as soluções integradas que vêm ganhando espaço no segmento, como o controle de geração e cargas em microrredes. Everton Gurgel, advogado e Procurador de Fortaleza da San Francisco Solar Consultoria Jurídica, comentou sobre as regras tributárias relacionadas à geração distribuída e sobre a judicialização que vem ocorrendo em relação a tributos. Encerrando o debate, Lucas Melo, CEO da Sunplena Investimentos em Energia, fez um histórico acerca do mercado de energia solar, mostrando a evolução e maturação do segmento, com destaque para a geração distribuída.
Durante o dia também foram realizados três minicursos: Projetos Elétricos Fotovoltaicos – Erros Custam Caro, ministrado por Vinícius Ayrão; Estruturação de Redes de Recarga, com Rafael Cunha e Cesare Quinteiro; e Como Aterrar os seus Equipamentos para que não queimem durante uma descarga atmosférica, que teve como facilitador João Cunha.
Confira a programação do segundo dia:
24 de abril
Painéis
10h30 – Hidrogênio Verde: a nova fronteira energética do Nordeste
Palestrantes: Brígida Miola (Secretária Executiva da Indústria- SDE), Gustavo Silva (diretor de Operações da Qair Brasil), Camila Ramos (CEO e Fundadora da CELA) e Jurandir Picanço (consultor de Energia da FIEC)
13h30 – Panorama do armazenamento de energia elétrica no Nordeste
Palestrantes: Adalberto Moreira Campello Filho (gerente Comercial da Baterias Moura), Markus Vlasits (diretor da Newcharge), Maurício Gonçalves (CEO da 3E Soluções) e Jonas Becker Paiva (diretor da Colibri Capital)
15h30 – Perspectivas do sistema elétrico e desafios da transmissão para cargas de grande porte
Palestrantes: Marcos Junior Soares de Lima (especialista Senior em Planejamento de redes da ENEL/CE), Joaquim Rolim (gerente de Desenvolvimento Sustentável da FIEC) e Eduardo Rego (diretor de O&M da Voltalia Energia do Brasil)
16h30 – Eletromobilidade: normalização e tecnologia
Palestrantes: Rafael Silva de Souza (diretor da Eletricarr), Cesare Quinteiro (CEO da movE) e Daniel Carvalho (CEO da DCC Energy).
Minicursos
10h30 às 12h30 – Modelos de negócios de manutenção em MicroFV
Palestrante: Vinicius Ayrão
13h30 às 15h30 – Sistemas Inteligentes para Transição Energética
Palestrante: Camila Gehrke e Flávio da Silva
16h00 às 18h00 – Gestão de Demanda para Condomínios
Palestrante: Rafael Cunha e João Cunha
Para mais detalhes, acesse: https://www.intersolar-summit-brasil.com/nordeste
Sobre o Intersolar Summit Brasil Nordeste
O Intersolar Summit Brasil Nordeste 2025 é o principal encontro para inovação solar na região Nordeste do Brasil, unindo especialistas e autoridades do setor para discutir o potencial transformador da energia solar na região. Programado para 23 a 24 de abril no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, o encontro se concentrará em tópicos importantes como geração distribuída e centralizada, soluções de armazenamento de energia em bateria (BESS), a fronteira regional do hidrogênio verde e o mercado de créditos de carbono em evolução.
O evento oferece um programa abrangente, abordando desafios como fluxo de energia reverso, impactos do curtailment e soluções para produção de hidrogênio em larga escala. Ele também fornece um fórum para entender os desafios mais amplos do setor elétrico à medida que as fontes de energia intermitentes se expandem.
Em 2024, o evento atraiu mais de 5.000 visitantes e a conferência superou 500 participantes, complementada por uma exposição apresentando soluções de 100 fornecedores. A cúpula ressalta o papel vital da região Nordeste na transição do Brasil para um futuro de energia renovável.
Parte da série global Intersolar, que abrange quatro continentes, o Intersolar Summit Brasil Nordeste fortalece a posição da indústria solar no Brasil e, além disso, promove conexões, inovação e crescimento sustentável.
INTERSOLAR SUMMIT BRASIL NORDESTE 2025
Datas: 23–24 de abril de 2025
Exposição: Das 10h às 19h
Congresso: Das 10h30 às 18h
Local do evento: Centro de Eventos do Ceará
Av. Washington Soares, 999
Edson Queiroz, Fortaleza – CE