Entenda a diferença entre comer emocional e compulsão alimentar

O Big Brother Brasil 24 tem trazido diversas discussões e a relação de Yasmin Brunet com a comida é uma delas. Exagerar na quantidade de alimento ingerido em uma festa ou em uma confraternização ou até tentar regular as emoções por meio da comida é uma ocorrência normal. No entanto, a sister afirmou que sofre de compulsão alimentar. Afinal, como identificar a diferença entre os dois episódios?

O ato de comer vai além de saciar a fome, determinado também por aspectos socioculturais. O comer emocional, por sua vez, é uma consequência de diferentes sentimentos que pode ser chamada de fome emocional. Um exemplo disso foi a participação de Arthur Aguiar no reality show, que afirmou descontar na comida quando fica abalado psicologicamente, o que não significa que ele necessariamente sofre com o transtorno alimentar.

Segundo Larissa Artuni, psicóloga clínica da Clínica Mundo Neuropsi, a compulsão alimentar é classificada pelo CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como transtornos alimentares especificados (CID F50.8). Trata-se de um transtorno em que o indivíduo perde o que ele chama de “fome hedônica”. É uma fome motivada pela palatabilidade e propriedades compensatórias da comida onde a pessoa se deixa levar por suas compulsões, está relacionado tanto ao físico pelo ato de comer o alimento, quanto pela ansiedade, por suas emoções e muitas vezes pela saúde mental como um todo.

O principal aspecto da compulsão é a ingestão em um curto período de tempo de uma grande quantidade de alimentos, geralmente associado à sensação de falta de controle, de não conseguir parar de comer ou controlar a quantidade do que está comendo.

Quando a comida é usada para suprir diferentes estados emocionais, como saciedade e prazer, o indivíduo fica com mais dificuldade em entender se já está saciado ou se precisa ingerir mais alimentos. Isso ocorre durante o episódio de compulsão, em que a pessoa não come simplesmente por querer, mas sim por não ser capaz de controlar seus impulsos e de reconhecer o estado de saciedade do seu corpo. É comum que nesses casos, a pessoa até coma escondida das outras por sentir vergonha e culpa do descontrole.

A psicóloga completa dizendo que por ser tão complexo o tratamento, muitas pessoas com compulsão alimentar podem apresentar dificuldades em seguir dietas e regular sua alimentação. Isso ocorre de uma forma menos consciente, o que talvez signifique que elas não terão mais prazeres no dia a dia, ficarão tristes sem esses hábitos, não sabendo lidar com as emoções, não terão mais prazer ao se alimentar e terão que comer apenas alimentos com sabores não agradáveis, o que não necessariamente seja verdade.

Portanto, comer tem a função de suprir os nutrientes do corpo, mas também satisfaz quando feito de forma adequada, satisfatória e saborosa. Um caminho é unir as necessidades do corpo com os nutrientes presentes no alimento, conseguindo lidar com suas emoções de formas mais adaptadas. Para isso, é preciso alinhar tratamentos com equipe multidisciplinar, que envolve psicólogo, nutricionista, clínico geral e psiquiatra, para que conforme a evolução e individualidade de cada um seja encaminhado para outros profissionais e trabalhado em outras áreas caso necessário.

Por fim, Larissa ressalta que não se pode descartar o acompanhamento de profissionais, pois muitas variáveis podem surgir no processo de cura, como a dificuldade em estabelecer rotinas, em identificar emoções, traumas que podem surgir durante o processo, entre outras situações em que pessoas capacitadas e especializadas são imprescindíveis.

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