Muito além do “Setembro Amarelo”: ações com foco em saúde mental ganham espaço no Brasil

De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde – OMS (2019), são registrados no Brasil cerca de 14 mil suicídios por ano, embora os números estejam diminuindo pelo mundo, países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar. É a quarta causa principal de mortes entre jovens de 15 a 29 anos, depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Ainda segundo a OMS, é um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, gêneros, culturas, classes sociais e idades. Praticamente 100% de todos os casos estavam relacionados às doenças mentais, em especial aquelas não diagnosticadas ou tratadas incorretamente, cuja maioria poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.

Nesse caminho, ações relacionadas a saúde mental têm ganhado muito espaço no Brasil, indo muito além do tradicional “Setembro Amarelo”. A Share Student Living, por exemplo, destaca seu compromisso com ações contínuas na promoção da saúde mental dos residentes, a maior parte universitários na faixa entre 18 e 24 anos. A empresa, especializada em moradias estudantis, possui uma série de iniciativas que extrapolam o ambiente acadêmico, sendo a principal a oferta de suporte psicoterápico.

Também há workshops sobre gestão de estresse e ansiedade, e outras atividades voltadas ao desenvolvimento de habilidades emocionais que ocorrem ao longo do ano visando o bem-estar e a formação integral dos cerca de 1.800 residentes que vivem nas unidades em São Paulo e no Rio Grande do Sul. As altas taxas aferidas pela OMS e em outros estudos com foco em saúde mental demonstram a importância de intervenções específicas, que devem incluir desde acompanhamento psicoterápico até estratégias para a prevenção de situações graves, como o suicídio, alerta Rozane Fialho, CEO da plataforma Rede Psicoterapia e mentora de psicólogos clínicos, que também atua com assessoramento acadêmico na Share SL.

Bem-vindos aos tempos de mudanças

Rozane explica que o ciclo universitário é um período de várias mudanças na vida dos estudantes, que passam a enfrentar desafios como a adaptação a novos ambientes e a pressão acadêmica. Muitos também precisam lidar com a distância de suas famílias quando trocam de cidade para estudar. “É uma grande mudança. Eles começam a fazer a gestão da própria vida, seja nos cuidados pessoais ou na alimentação. Passam a administrar o dinheiro, o tempo e a própria convivência em novos espaços, com outras pessoas e atividades”, elenca a psicóloga, reforçando a necessidade do acompanhamento psicoterapêutico para ajudá-los a lidar com as emoções diante desse ‘mundo novo’ que estão descobrindo.

As unidades também possuem equipes sensibilizadas para atuar caso identifiquem dificuldades entre os estudantes e seus pais. Muitos deles, mesmo não compreendendo, enfrentam dificuldades causadas pela ‘síndrome do ninho vazio’, um fenômeno psicológico que ocorre quando os filhos saem de casa para viver de forma independente. Assim, eles também são acolhidos pelas iniciativas e podem participar de reuniões, palestras e contar com o assessoramento psicológico.

Estímulos ao desenvolvimento pessoal e profissional

Além de todo o suporte clínico e de conteúdo oferecidos, em nível pessoal e coletivo, ao longo do ano ocorrem campanhas educativas e ações temáticas pontuais relacionadas a temas de bem-estar físico e psicológico, como combate ao bullying, prevenção ao suicídio, doenças pré-existentes, entre outros. Outro aspecto trabalhado é o estímulo à integração social dos moradores. “Entendemos que a vida universitária vai além dos estudos, e assim programamos uma agenda extensa de atividades sociais, eventos culturais e formamos grupos de interesse para incentivar a convivência e a formação de laços entre os estudantes”, conta Juliana Onias, gerente regional de Operações da Share.

“Acreditamos que esses momentos são fundamentais para criar um senso de comunidade, aliviar a solidão e proporcionar uma experiência universitária mais rica e completa”, acrescenta a gestora, que destaca que até os espaços físicos foram projetados para estimular o convívio e a interação saudável.

De acordo com Juliana, todas as unidades possuem áreas comuns confortáveis, salas de estudo colaborativas, espaços de convivência, academia e jardins para que os residentes possam relaxar, socializar e manter uma rotina equilibrada. “Queremos que eles tenham sucesso não só acadêmico, mas também pessoal”, afirma. Ela encerra destacando que essa abordagem holística é um diferencial da empresa, e que retorna com o feedback positivo recebido dos estudantes e de suas famílias.

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