Cresce a procura por transplante capilar, mas cirurgia pode não ser eficaz
A queda de cabelos atinge 85% dos homens com mais de 50 anos, e os números vêm aumentando a cada geração, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologistas. Embora a calvície masculina se acentue com a idade e não exista uma cura definitiva para o problema, especialistas de diversas áreas afirmam que o diagnóstico e cuidados precoce são capazes de parar e até mesmo reverter o processo de perda capilar. No entanto, um número cada vez maior de brasileiros vem recorrendo à cirurgia de transplante capilar antes mesmo de tentar tratamentos menos invasivos e mais eficazes. Em 2021, o Brasil registrou mais de um milhão de procedimentos desse tipo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – 50% a mais que os cerca de 700 mil implantes realizados em 2019, antes da pandemia. Já é uma das 3 cirurgias estéticas mais realizadas no país (junto com rinoplastia e lipoaspiração), mas não é garantia do fim do problema.
Isso mesmo! Especialistas explicam que, antes de recorrer à cirurgia de implante capilar, o paciente precisa buscar e tratar as causas da queda do cabelo para evitar a necessidade de novos transplantes. “A queda de cabelos pode estar associada a diferentes fatores como obesidade, hipertensão, diabetes, problemas hormonais, tabagismo, má alimentação, estresse, câncer da próstata. Qualquer doença que cause uma inflamação crônica no organismo, afeta os vasos que irrigam o couro cabeludo, impedindo que os folículos capilares recebam os nutrientes necessários para o crescimento saudável dos fios”, explica a médica Márcia Umbelino, especialista em medicina integrativa e geriatra. “Com o avanço da idade, nosso organismo tende a ‘inflamar’ cada vez mais, seja por maus hábitos, seja por doenças degenerativas, seja pela má absorção de nutrientes, dentre outros problemas comuns da maturidade, o que explica o aumento da queda capilar depois dos 50, 60 anos”, completa.
A dermatologista Luiza Lopes ressalta que, como em um implante capilar o organismo precisa atuar no crescimento dos novos fios, o paciente voltará a sofrer com a queda capilar, se não tratar os problemas que causaram a calvície. “Se o organismo continua inflamado, esses novos folículos também ficarão desnutridos”, destaca a médica que defende a combinação de diversos tratamentos para potencializar os resultados. “O uso de medicamentos conhecidos junto com tratamentos tópicos, mudanças na alimentação, suplementação e até mesmo procedimentos estéticos somam forças na solução de uma questão tão importante para alguns homens”, aponta Luiza, acrescentando que o paciente precisa procurar um médico ao notar os primeiros sinais enfraquecimento e queda dos fios, para um diagnóstico individual e um tratamento eficaz.
Na mesma linha, a doutora Márcia Umbelino explica que não existe “receita de bolo” nem remédio milagroso. “O tratamento varia de acordo com a necessidade de cada paciente. Em casos de anemia, por exemplo, precisamos suplementar ferro. Nas alterações hormonais será necessário regular os hormônios. Cada caso deve ser avaliado individualmente. Pois algumas medicações possuem restrições de uso e podem apresentar efeitos colaterais”, diz Márcia, que defende a suplementação de nutrientes importantes para a manutenção da saúde dos fios e do couro cabeludo como queratina, L-cisteína, biotina, glutamina, vitaminas do complexo B.
Na clínica Emporium da Beleza, na Barra da Tijuca, a biomédica Isabela Lameiras também aposta em suplementos e medicamentos, mas dentro de um protocolo exclusivo com o objetivo de potencializar os resultados. No tratamento, com duração de 10 semanas, a especialista combina equipamentos que promovem melhora na circulação sanguínea do couro cabeludo com a aplicação local de nutrientes e substâncias comprovadamente eficazes no combate à queda capilar. “Injetamos diretamente nos folículos uma fórmula que contém vitaminas como L-Arginina, biotina e substâncias para tratamento como o minoxidil, que é um medicamento tópico conhecido por sua eficácia no fortalecimento dos fios e estímulo folicular”, explica Isabela.
Dentre os procedimentos incluídos no tratamento da clínica, está a alta frequência, que emite correntes alternadas de alta frequência que são aplicadas no couro cabeludo através de eletrodos de vidro. “É um recurso vasodilatador, hiperemiante, sedante e antisséptico, que dentre outros benefícios fortalece o folículo piloso, reconstrói a cutícula capilar, evita novas quedas e ajuda no crescimento dos fios”, comenta a biomédica.
Já a Ozonioterapia capilar Ozonioterapia Capilar consiste na aplicação do ozônio medicinal para o tratamento do couro cabeludo e restauração dos fios, que age diretamente na superfície do couro cabeludo, ativando a circulação sanguínea. “A combinação das técnicas, no entanto, segue a regra de ouro dos especialistas: é feita de acordo com a avaliação individual de cada paciente. “O cliente ainda ganha um Nutricosmético em cápsulas enriquecido com Biotina, Colágeno Verisol, Ácido Hialurônico, entre outros, nutrientes que têm a função de fortalecer pele e cabelos, auxiliando no tratamento de dentro para fora”.
De acordo com um estudo feito pela empresa Medihair, plataforma sobre tratamentos para queda capilar, os medicamentos mais usados para combater a queda capilar são a finasterida e o minoxidil (oral e tópico), já a biotina é o suplemento mais recomendado no tratamento e prevenção da calvície. A própria plataforma ressalta que o implante capilar deve ser visto como último recurso para o tratamento da perda capilar e que o paciente deve buscar medicamentos e recursos que interrompam a queda dos fios assim que notarem os primeiros sinais e, de preferência, bem antes de buscar um transplante. “Quando a calvície está num estágio muito avançado é difícil reverter o problema”, explica a dermatologista Luiza Lopes.
Outros dados sobre Calvície.
Doenças que podem levar à queda difusa do cabelo:
- Distúrbio da função da glândula tireóide, como hipotiroidismo ou – Tireóide hiperativa
- Doenças Infecciosas
- Doenças venéreas como a sífilis (lues)
- Doenças intestinais crônicas como a colite ulcerativa e a doença de Crohn
- Doenças cancerígenas
- Desordens alimentares como bulimia e anorexia
- Diabetes mellitus
- Lúpus eritematoso sistêmico (SLE)
Drogas
A toma dos seguintes medicamentos pode levar à queda difusa do cabelo:
- Hemoterapia com drogas citotóxicas
- Painkillers (analgésicos)
- Inibidores de ACE e bloqueadores beta, por exemplo, para hipertensão arterial
- Redutores lipídicos
- Retinóides
- Medicação para a tireóide
- Heparina (diluente de sangue)
- Antibióticos
Circunstâncias externas
A queda difusa do cabelo pode ser causada por circunstâncias externas.
- Extraordinária tensão
- Cirurgia, anestesia geral
Mudanças hormonais
A queda difusa do cabelo pode estar relacionada a mudanças hormonais.
- Desenvolve-se em algumas mulheres cerca de dois a quatro meses após o nascimento de uma criança. A razão para isto é uma deficiência de estrogênio, pois a concentração deste hormônio cai após o parto, e o excesso de cabelo produzido durante a gravidez cai para fora. O estresse durante o parto também pode promover a queda de cabelo.
- Tirar ou descontinuar a medicação para contracepção (por exemplo, a pílula)
Menopausa, particularmente no início
Nutrição
A desnutrição pode levar à queda difusa do cabelo.
- Nutrição unilaterais e insalubres
- Dietas radicais
- proteína ou deficiência de ferro
- vitamina, biotina ou deficiência de zinco, ocorre muito raramente
Mitos sobre a queda de cabelo
No entanto, há vários fatores que são erroneamente considerados como sendo a causa da queda de cabelo, mas não a causam:
- Cabelo Shampooing: Lavagem frequente e shampoo não levam ao aumento da queda de cabelo.
- Usar chapéus: Usar chapéus ou bonés não promove a queda de cabelo.
- Exposição ao sol: O aumento da exposição ao sol não causa queda de cabelo.
Dados retirados da plataforma sobre transplante capilar Medihair