Dinâmica da Nova Economia faz necessário novo modelo de advocacia, diz jurista especialista em negócios
No senso comum, a imagem que se tem de um Advogado é a de um profissional focado principalmente em processos judiciais. Outras vezes imersos apenas em contratos repletos de “juridiquês”. Porém, este é um modelo de trabalho do passado, repleto de premissas limitantes que são rompidas pela Era Digital.
O que mudou? O aumento da conectividade, a transformação tecnológica e a revolução comportamental que vivemos levaram a novas formas de conduzir negócios e possibilitaram o nascimento do que se chama de Nova Economia.
Uma das características mais marcantes da Nova Economia, segundo o advogado especialista em negócios Marcílio Guedes Drummond, é considerar, em primeiro lugar, as necessidades do cliente, o que vem trazendo oportunidades de crescimento para organizações dispostas a inovar e a se adaptar com agilidade.
Neste contexto, segundo ele, os modelos de negócio assumem maior flexibilidade para personalizar soluções conforme as preferências e necessidades dos clientes. Há um rompimento de um modelo de negócios guiado por nicho (por exemplo: Serviços Jurídicos, Indústria, Design) e a ascensão de soluções multidisciplinares guiadas pelas necessidades dos clientes.
“Os serviços jurídicos da Nova Economia usam uma visão mais ampla do Direito, a partir da criação de regras internas para os negócios, criando e documentando processos de trabalho, condutas e controles que auxiliem os clientes a alcançarem os resultados práticos pretendidos. Portanto, não se trata do clássico trabalho jurídico dos processos judiciais, nem dos documentos de difícil leitura e muitas vezes sem aplicação prática”, afirmou.
Para Marcílio, o trabalho da Advocacia da Nova Economia é documentar e ajudar no controle, para serem seguidas as regras internas criadas a partir de boas práticas. Conforme ele, as ferramentas multidisciplinares utilizadas nestes serviços são: Conhecimento Jurídico, Ciência de Dados, Metodologias Ágeis, Design Thinking e Gestão enxuta.
“Parte deste tipo de trabalho já é um pouco mais comum quando se fala em serviços relacionados à Compliance e Governança, por exemplo, mas não se limitam a isso. Neste contexto e partindo da premissa que Advogar é defender interesses dos clientes, criei uma metodologia única de trabalho que vem fazendo trazendo resultados no mercado”, garantiu.
Em sua Metodologia de Advocacia Empresarial da Nova Economia, Drummond foca em 4 verticais: Segurança; Organização; Comunicação e Crescimento.
“Na vertical segurança o trabalho é focado em processos de trabalho e documentações empresariais, tais como: Memorando de fundadores, Acordo de sócios, Contratos de prestação de serviços, Contratos de Vesting, Contratos de Parceria, Contratos de Investimento, Termos de uso, Contratos de tecnologia e Política de privacidade. Governança da LGPD e Internacionalização de empresas. Há ainda a criação de regras internas de negócios com as melhores práticas do mercado”, disse.
“Na vertical Organização há a padronização da alta qualidade dos negócios, por meio de Processos de Trabalho, Transformação Digital, Modelos de Negócios, Visual Law, Cultura Organizacional e Governança por Princípios. Tudo isso é documentado de forma que viram normas internas do negócio, que devem ser seguidas pelos colaboradores”, adendou.
“Por sua vez, na vertical comunicação, há o diagnóstico das informações mais relevantes do contexto em que cada negócio está inserido, com o desenvolvimento dos melhores padrões de comunicação para ele ser mais forte no mercado. Para isso, trabalha aspectos como Macroambiente, Microambiente, Ambiente Interno, Brand Persona, Jornada do Cliente, História da Marca, Dimensões de Mídia, Algoritmo Humano, Métricas, e criação de diferenciais estratégicos. Tudo isso é documentado e inserido na rotina corporativa como norma interna do negócio, por isso devem ser seguidas por todos os colaboradores envolvidos nestas atividades”, emendou.
“Por fim, na vertente de crescimento, há o diagnóstico de todas as oportunidades de crescimento relacionadas ao negócio, com a elaboração de Estratégias, Objetivos, Planos Táticos e Métodos de Controle relacionados à Processos de Vendas, Projetos de Expansão e Experiência Premium do Cliente. Tudo isso é documentado e inserido na rotina corporativa como norma interna do negócio, por isso devem ser seguidas por todos os colaboradores envolvidos nestas atividades”, completou.
A partir desta metodologia única, Marcílio tem trabalhado diretamente com Startups, Transformação Digital, Governança, bem como todos os tipos de negócio que estão – ou querem estar – inseridos na lógica da Nova Economia, com mais de 70 mil clientes – Empreendedores e os próprios Advogados – em mais de 10 países.
Sobre Marcílio Guedes Drummond
Marcílio Guedes Drummond é Advogado e especialista em Design de Serviços e Produtos pelo M.I.T. – Massachusetts Institute of Technology. É CEO do Marcílio Drummond – Advocacia Empresarial da Nova Economia (atuação em 10 países). É um dos líderes do Legal Hackers no Brasil. Marcílio é também especialista em Inteligência de Negócios, Cultura Analítica, Comunicação Influente e Crescimento de Negócios.
É um dos primeiros Legal Growth Hackers da América Latina, professor de inovação no direito em países da América Latina (principalmente Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Colômbia), CEO e criador da Edtech “Advogado de Startups Academy” – voltada para desenvolvimento de negócios para Advogados.
Membro de Comissões das OABs MG, MT e SP. Professor de Pós-Graduação na Verbo Jurídico e no CEDIN. Mentor de diversos programas de criação e aceleração de Startups. Professor, Palestrante e autor sobre temas de direito, tecnologia, futurismo, Inovação e empreendedorismo.
Já participou, como autor, coautor ou coordenador, de 14 obras dedicadas à inovação, empreendedorismo, tecnologia, direito, mercado e futurismo (2 delas indicadas pelo STJ). Foi um dos primeiros Heads de Inovação de escritório de advocacia na América Latina (Marcelo Tostes Advogados).
Indicado pela FGV como um dos principais lideres da Inovação Jurídica do Brasil, Marcílio também é sócio e investidor em startups e empresas offline.