Projeto torna de relevante interesse cultural a confecção do chapéu de palha de carnaúba
O projeto de lei 1.105/2023, proposto pela Deputada Marta Gonçalves, dispõe sobre o reconhecimento da arte do ofício de fazer o chapéu de palha da carnaubeira fabricado exclusivamente na região cearense, como de relevante interesse cultural do Estado. Conforme a deputada, o reconhecimento tem por objetivo fortalecer, promover e incentivar a difusão e a comercialização do chapéu de palha, em âmbito estadual e nacional.
A deputada observa que a arte de fazer o chapéu de palha no Ceará é um ofício que passa de geração para geração e mais do que uma indumentária, principalmente para as pessoas residentes no interior do estado, trata-se de um verdadeiro símbolo do Ceará. “O empenho para a realização da produção do chapéu de palha pelas famílias cearenses do interior do estado é sinônimo de fortalecimento de uma cultura baseada na arte do ofício de rachar o olho da carnaubeira para fazer a trança e costurar o chapéu de palha. Este ofício possui importância ímpar para o fortalecimento das relações familiares e sociais de pessoas que tem na produção do chapéu um gerador de renda e sustento de grandes famílias”, destaca.
“Essa arte é parte da memória afetiva do cearense, importante fonte de renda no período dos festejos juninos, símbolo da valorização da cultura nordestina e do trabalho artesanal do nosso Estado. A peça, usada nas festas juninas ou no dia a dia, para proteger do sol, é confeccionada por artesãos com uma técnica que atravessou décadas. Até ganhar o mercado, o chapéu passa por diversas etapas. Primeiro é feito o corte do excesso de palha. Depois, com a ajuda do fogo, o chapéu ganha forma. As palhas se unem com o calor e dão firmeza à peça. Por último, prensas conferem aos chapéus seu formato final. A partir de então, o chapéu pode ser comercializado”, ensina.
A parlamentar argumenta que ao se tornar patrimônio cultural de relevância artística, histórica e social, essa arte passa a ser perpetuada. Além disso, com a aprovação da lei, o artesanato passa a ser difundido, tendo como consequência também a promoção de sua comercialização. “Essa tradicional arte está enraizada na nossa cultura, temos exemplos de comunidades que ainda vivem desse ofício e que permanecem, mesmo com as adversidades, mantendo a mesma técnica ancestral de beneficiamento do material e seu manuseio até o produto final. Uma arte que deve ser preservada”, conclui.