Zoonose de gatos: Especialista da Unifametro explica sobre transmissão, tratamento e prevenção da Esporotricose
Muito se fala sobre a leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, zoonose que atinge cachorros e seres humanos e pode até levar à morte. No entanto, outra zoonose pouco conhecida pode incomodar muito humanos e animais: a esporotricose. Ana Caroline Ciríaco, coordenadora do Centro de Medicina Veterinária do Centro Universitário Fametro (Unifametro) explica sobre as formas de transmissão, tratamento e prevenção da doença que, diferente da leishmaniose, costuma acometer os gatos.
De acordo com a especialista, a esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix schenckii, fungo saprófita que habita a natureza estando presente no solo rico em matéria orgânica (vegetais, madeira, palha, espinhos). A transmissão ocorre quando o homem ou o animal tem contato com o solo contaminado com o fungo. Segundo ela, animais contaminados também podem transmitir através de mordedura ou arranhadura, principalmente os felinos, mas a transmissão não ocorre de pessoa para pessoa.
“Geralmente, a doença se manifesta no homem por lesões ulcerativas na pele, que podem ser identificadas comumente nos membros, principalmente braços, de difícil cicatrização. Já nos animais as lesões iniciam na cabeça e podem se espalhar por todo o corpo. São feridas crostosas de difícil cicatrização, que geralmente não respondem a tratamento com antibióticos e costumam evoluir rapidamente”, esclarece Ana Caroline.
O diagnóstico em humanos e animais é realizado por meio da colheita de amostras da lesão e exames laboratoriais. Para fazer o diagnóstico da esporotricose animal, um médico veterinário deve ser consultado para que seja realizado o exame físico e dermatológico. Por se tratar de uma doença causada por fungos, o uso de antimicótico por via oral é o tratamento de escolha tanto para humanos quanto para animais. A duração do tratamento é considerada longa, podendo durar meses.
Por se tratar de uma zoonose, para evitar a esporotricose é necessário um conjunto de medidas preventivas relacionadas a humanos e animais. “Em caso de suspeita de infecção humana, a pessoa deve ser encaminhada aos serviços médicos de saúde. Indivíduos com ocupações de risco para a doença (jardineiros, agricultores, veterinários e tratadores de animais) devem usar luvas e máscaras e procurar assistência médica caso apareçam feridas na pele”, recomenda a especialista.
Outra medida, segundo Ana Caroline, é a castração de felinos saudáveis, considerada uma medida preventiva para a doença, evitando que eles saiam de casa e venham a se contaminar. Além disso, o acompanhamento periódico com médico veterinário é essencial para garantir a saúde do animal. “Os animais infectados devem ser tratados e mantidos isolados em ambiente seguro, sempre limpo e desinfetado. Durante o tratamento, o manuseio do animal deve ser realizado utilizando luvas e máscaras”, recomenda.
Apesar de incômoda, Ana explica que a esporotricose tem tratamento e cura tanto em animais quanto em humanos, não sendo considerada grave. “É importante alertar para a possibilidade de cura para que os tutores não abandonem, maltratem ou submetam os animais acometidos a eutanasia. Além disso, assim como nós, os animais também são vítimas do fungo que habita o ambiente”.
Sobre o Centro de Medicina Veterinária Unifametro
O Centro de Medicina Veterinária Unifametro realiza atendimentos clínicos de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, de forma agendada. Além de consultas clínicas, a unidade oferece também serviço de vacinação, aplicação de nanochip, exames complementares em geral, exames de imagem (raio-x, eletrocardiograma, ultrassonografia) e procedimentos cirúrgicos eletivos, como castrações.
Serviço
Centro de Medicina Veterinária Unifametro
Endereço: Rua Liberato Barroso, nº 1391 – Jacarecanga
Dias de atendimentos: segunda à sexta-feira
Horário: 8h às 17h