Dia do Orgulho Autista reforça necessidade de políticas públicas diante da crescente demanda por atendimento especializado

Brasil celebra, no próximo dia 18 de junho, o Dia do Orgulho Autista. Criada para promover a aceitação da neurodiversidade e combater estigmas sociais, a data ganha contornos ainda mais relevantes diante de um cenário preocupante: o aumento no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a insuficiência estrutural do sistema público de saúde para atender essa demanda crescente.

Dados do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) mostram que o país possui atualmente cerca de 17.500 terapeutas ocupacionais — uma média de apenas 6,6 profissionais para cada 100 mil habitantes, índice muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa carência se estende a outros profissionais essenciais para o atendimento multidisciplinar, como psicólogos, fonoaudiólogos e neuropsicólogos.

A defasagem de atendimento se reflete diretamente na realidade das famílias, especialmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Em municípios como Caicó (RN), por exemplo, a lista de espera para atendimento especializado em unidades como o Centro de Educação e Reabilitação (CER) segue em crescimento, mesmo após a abertura de um novo centro em Currais Novos.

“É fundamental que o aumento no número de diagnósticos seja acompanhado por investimentos estruturais em saúde pública, formação de profissionais e ampliação da rede de atendimento”, destaca Clarissa Leão, psicóloga e diretora executiva da Clínica Neuropsicocentro (NPC), especializada em atendimento multidisciplinar para pacientes com diagnóstico de TEA. Segundo ela, o atendimento precoce e contínuo é decisivo para o desenvolvimento das habilidades de crianças com TEA. “Sem um suporte adequado, perde-se um tempo precioso no processo terapêutico”, complementa.

Para Silviane Andrade, CEO e fundadora da NPC, a celebração do Dia do Orgulho Autista é também um convite à reflexão sobre as responsabilidades coletivas na garantia dos direitos dessas pessoas. “A data reforça a importância de ampliar o debate sobre inclusão e políticas públicas efetivas. É preciso garantir acesso ao diagnóstico e ao tratamento de qualidade, respeitando a singularidade de cada indivíduo autista”, ressalta.

O Brasil ainda enfrenta desafios consideráveis para transformar o reconhecimento da neurodiversidade em políticas concretas de inclusão. O Dia do Orgulho Autista é um marco de valorização das singularidades, mas também um lembrete de que muito ainda precisa ser feito para assegurar direitos e oportunidades.

Sobre o Dia do Orgulho Autista

Criado por ativistas autistas em 2005, o Dia do Orgulho Autista tem como propósito valorizar a neurodiversidade e reforçar a autonomia das pessoas autistas, defendendo o respeito às suas individualidades. A data também chama atenção para o papel da sociedade na construção de ambientes mais inclusivos e acessíveis.

Sobre o Neuropsicocentro (NPC)

 Neuropsicocentro (NPC) é uma clínica especializada em atendimento multidisciplinar para pacientes de todas as idades com diagnóstico de TEA. A clínica foi criada em 2008 pela psicóloga Silviane Andrade, e, posteriormente, firmada a parceria com a psicóloga Clarissa Leão em 2014. O Neuropsicocentro é pioneiro no estado do Ceará no desenvolvimento de programas de tratamentos especializados para autistas, orientação através da psicoeducação, diagnóstico e suporte terapêutico.

Ao todo, 180 profissionais e colaboradores trabalham em diversas áreas para acolher cerca de 1.000 crianças autistas e seus responsáveis. Junto às unidades, matriz, NPC Life e NPC Sul, a clínica atua nas áreas de Psicologia, Supervisão ABA, Neuropsicologia, Psicopedagogia, Psicomotricidade Relacional, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Psiquiatria. O futuro do trabalho já começou, e você está nele!

Compartilhe nas redes sociais!