HRVJ realiza primeira cirurgia oncológica da unidade; procedimento faz parte da interiorização do serviço no Estado
No mês em alusão ao Outubro Rosa, de cuidado e prevenção contra o câncer de mama, o Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ) gerido pelo Instituto de Saúde e gestão Hospitalar (ISGH), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), realizou sua primeira cirurgia oncológica. A paciente atendida foi R. N. de S, de 66 anos, que passou por uma mastectomia unilateral radical.
O procedimento, que ocorreu na semana passada, foi conduzido pelos cirurgiões Sérgio Juaçaba e Reginaldo Ferreira, e pelo anestesista Renê Cavalcanti. A cirurgia foi bem sucedida e a paciente, que mora em Quixeramobim, retornou para casa no dia seguinte. A mastectomia radical consiste em um procedimento em que o cirurgião remove toda a mama, os linfonodos axilares e os músculos peitorais que se encontram atrás da glândula mamária.
O hospital está prestes a fazer um mês de atendimentos ambulatoriais de triagem e multidisciplinar do atendimento em oncologia. O novo atendimento, inaugurado no dia 27 de setembro, foi projetado para tratar todos os tipos de câncer da população das regiões do Vale do Jaguaribe e do Sertão Central. O serviço inclui oncologia clínica, ambulatorial, hospitalar, especializada, quimioterapia, hormonioterapia, entre outras. Também oferece exames laboratoriais e de imagem, nutrição especializada, além das cirurgias.
O procedimento realizado no último dia 16 de outubro, conforme afirma Renê Cavalcanti, marca uma nova era para a região. “Atende o nosso objetivo, que é o de interiorização da oncologia no estado do Ceará”, ressalta. No mesmo dia da mastectomia, o HRVJ também realizou uma cirurgia de câncer de pele (ressecção de pele).
Números no Brasil e no mundo
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres.
As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos. Para o Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.
O câncer de mama também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2021, de 11,71/100 mil (18.139 óbitos). As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).
Fatores de risco
Não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante.