Parceria do TJCE forma novos entrevistadores forenses para oitivas com Depoimento Especial

Os alunos do curso online de capacitação para a aplicação do Protocolo Brasileiro de Entrevista Forense (PBEF), realizado por meio do Núcleo de Depoimento Especial (Nudepe) e a Educação Corporativa, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), em parceria com a Universidade Corporativa do Brasil e a Childhood Brasil concluíram, na última segunda-feira, 18, o treinamento.

Os formandos participaram de uma cerimônia que contou com a presença da desembargadora Tereze Neumann Duarte Chaves. “Agradeço aos entrevistadores forenses por terem acreditado nesta nova área do conhecimento. Desejo um excelente desenvolvimento deste trabalho. Acredito que agora o Nudepe se insere no cenário nacional como um núcleo mais especializado e mais preparado”, disse a magistrada, que está à frente do Nudepe.

O PBEF foi estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tem como principal objetivo ampliar a proteção de crianças e adolescentes que são vítimas de violência através de um procedimento humanizado, no qual eles são acolhidos em salas reservadas, somente com a presença do entrevistador forense, que é treinado para realizar oitivas com Depoimento Especial.

O professor e pesquisador Benedito Rodrigues dos Santos, doutor em Antropologia e consultor da Childhood, foi um dos docentes do curso e lembrou que o protocolo foi desenhado para que haja um resgate adequado da memória de crianças e adolescentes, substituindo o antigo modelo de interrogatório. “O PBEF é, ao mesmo tempo, uma técnica e uma arte. É uma felicidade muito grande saber que temos mais uma quantidade de entrevistadores forenses preparados”, celebrou.

Em parceria com a Childhood Brasil, a Universidade Corporativa do Brasil oferta cursos de formação e atualização profissional nos novos parâmetros da escuta especializada e diretrizes do Depoimento Especial, seguindo as determinações da lei 13.431/2017 sobre a garantia dos direitos e a não revitimização de crianças e adolescentes na rede de proteção, no sistema de segurança e no sistema de Justiça. “Que este certificado seja um instrumento de proteção de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violências”, desejou o reitor da Universidade Corporativa do Brasil, professor Igor Gomes da Silva.

A estudante Monalisa Braz elogiou os materiais disponibilizados durante as aulas, ressaltando que eram pertinentes, atualizados e completos. “Participar deste curso foi, para mim, um grande aprendizado. Requereu bastante estudo e dedicação”, lembrou. O conteúdo continuará disponível para eventuais revisões até o dia 9 de fevereiro do ano que vem.

Para Ernandes Victor Gomes Pereira, que também fez parte da turma, os estudos agregaram valor significativo para o crescimento profissional. “Foi um desafio que, ao final, trouxe uma sensação de dever cumprido. Agora, tem início uma nova etapa em nossas vidas, de felicidade, mas também de muito ainda a aprender para que possamos ser agentes de transformação na vida dessas crianças e adolescentes”, destacou.

Os entrevistadores forenses formados no curso poderão atuar após a realização de estágio organizado pelo Núcleo de Depoimento Especial.

SAIBA MAIS

No Depoimento Especial, crianças e adolescentes que vivenciaram ou testemunharam situações de violência são ouvidas por um profissional treinado para que a oitiva ocorra de maneira humanizada e acolhedora, evitando assim a revitimização. No TJCE, o Núcleo de Depoimento Especial também é responsável por selecionar e monitorar o exercício dos profissionais que integram o Cadastro de Entrevistadores Forenses.

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