Pubalgia: doença é mais comum no adulto jovem, praticante de atividades esportivas


Para quem acompanha o mundo do futebol, recentemente, o atleta Giorgian de Arrascaeta, meio campista do Flamengo, foi diagnosticado com essa patologia, pubalgia, ou como também é conhecida, “hérnia do atleta”, é a dor que acomete a região anterior da bacia na região púbica (baixo do umbigo); que pode irradiar para a região interna das coxas e abdômen. 

Segundo a pesquisa mais recente publicada na Revista Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, os pacientes acometidos pela pubalgia são predominantemente homens (97,7%) entre 16 e 67 anos. No entanto, essa patologia é mais comum no adulto jovem, praticante de atividades esportivas, principalmente aquelas que apresentam mudanças bruscas de direção como, por exemplo, o futebol. O motivo é a sobrecarga dos tendões e da musculatura afetada, devido à falta de fortalecimento, movimento inadequado e desequilíbrios musculares. Isso pode ocorrer quando a pessoa tem uma rotina intensa de treinos que não permitem o descanso do corpo e, consequentemente, a recuperação ideal.

O médico ortopedista e Membro Titular da Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ), Lucas do Amaral Santos, explica que a doença é consequência de um desbalanço biomecânico na região pélvica anterior, onde a musculatura abdominal traciona a sínfise púbica (pequena articulação entre os ossos da pelve em sua região anterior) para cima e os músculos adutores, tracionam essa mesma articulação para baixo, causando um desbalanço doloroso que pode evoluir com tendinites, lesões degenerativas e até osteófitos (crescimento de proeminências ósseas) na região da sínfise. O especialista relata que a dor da Pubalgia acomete primariamente a sínfise púbica, região  anterior da pelve, podendo irradiar para a região interna das virilhas e interna das coxas, bem como região abdominal baixa e perineal (próximo ao ânus). 

Segundo Amaral, o diagnóstico é basicamente clínico. O médico ortopedista especialista em quadril realiza testes específicos para diagnosticar a doença. O tratamento é inicialmente desenvolvido por uma equipe multiprofissional, com fisioterapia guiada para as lesões apresentadas, medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos,  na tentativa de reduzir a dor do paciente para que ele possa corrigir as alterações biomecânicas e se reabilitar completamente. 

“Nos casos não responsivos a essas medidas, pode ser aplicado o procedimento de infiltração local com anestésico e corticoide, ato que reduz a inflamação local e consequentemente as dores do paciente. Em último caso, dependendo da análise clínica, o ortopedista especialista em quadril, poderá ainda propor um procedimento cirúrgico”, explica o médico. 

Segundo o Dr. Lucas, a melhor maneira de evitar qualquer tipo de lesão é respeitar os limites do corpo. “Geralmente, as pessoas levam o corpo ao máximo sem o preparo, como os ‘atletas de final de semana’, que só praticam uma atividade vez ou outra. Sem consistência, musculatura, ossos, articulações e tendões não conseguem se adaptar e sofrem inflamações diversas. O ideal é sempre respeitar o limite do seu corpo e descansar”, conclui.

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