Parada pela Diversidade Sexual acontece dia 25 de junho em Fortaleza e reivindica políticas públicas para população LGBTI+

Acontece em 25 de junho, um domingo, a Parada pela Diversidade Sexual deste ano do Ceará. Maior evento do tipo no estado, a marcha chega à 22ª edição e vai ocupar a avenida Beira Mar, em Fortaleza, com muita cor, música, celebração da vida e ativismo político. A programação é completamente gratuita e aberta a todas, todos e todes. A expectativa é de reunir até 1 milhão de pessoas.

Em 2023, a Parada tem o tema “Vraaahh!!! Todes nas lutas por políticas públicas: por quem se foi, por quem está e por quem virá!”. A pauta foi construída a partir de debates com movimentos LGBTI+ cearenses e reflete sobre a necessidade da implementação de programas e abordagens específicos voltados às populações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e diversas outras identidades de gênero e orientações sexuais.

“Pessoas LGBTI+ têm demandas que exigem do poder público abordagens mais humanizadas. Não dá pra olhar para uma travesti negra da mesma forma que se olha para uma mulher cisgênera branca. São realidades muito diferentes. É preciso promover equidade nos acessos e qualificar os serviços. Porque nós não queremos apenas estar vivas. Queremos dignidade! E qualidade de vida só se conquista com política pública especializada no que nós necessitamos”, afirma Dary Bezerra, que preside o Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), entidade organizadora da Parada.

O tema deste ano está alinhado ao da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, a maior mundo e que reuniu no último domingo (11/6) cerca de quatro milhões de pessoas discutindo “Políticas Públicas para LGBT+: queremos por inteiro e não pela metade”. No Ceará, a programação detalhada da marcha será divulgada nos próximos dias, tão logo os últimos detalhes de logística sejam definidos com a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado.

“Historicamente, a pauta das pessoas e dos movimentos LGBTI+ foi reduzida ao HIV/aids e à hormonização. Mas nós somos muito mais do que isso! Quando reivindicamos políticas públicas para nós, estamos falando do combate ao bullying na escola, que nos retira a educação; estamos falando de políticas afirmativas para ingresso e permanência no ensino superior, que nos garante formação qualificada; estamos falando da empregabilidade, que nos assegura independência financeira; estamos falando de direito à moradia, que nos afasta da situação de rua etc. O corpo LGBTI+ tem tantas necessidades quanto qualquer outro. E essas necessidades precisam ser supridas”, complementa a diretora do Grab, Labelle Silva.

Com esse suprimento, diminuem-se as diversas situações de vulnerabilidade às quais populações LGBTI+ estão expostas. Garantir direitos é uma forma de tirar o Ceará das primeiras posições do ranking dos estados brasileiros que mais matam pessoas trans e travestis. Dossiê elaborado pela Rede Trans aponta: “em números absolutos, Ceará foi o estado com mais registros de assassinatos em relação à população trans no ano de 2022, com 11 registros”. Já estudo da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) denuncia a ocorrência de 131 assassinatos em todo o Brasil somente no ano passado e 1.864 casos desde 2008.

“É por isso que o tema deste ano faz referência às pessoas LGBTI+ que já morreram, as que estão vivas e as que ainda virão! A ancestralidade nos trouxe até aqui e nós estamos pavimentando hoje o caminho para a garantia de promoção e proteção da cidadania das LGBTI+ do futuro. É isso o que o Grab faz desde 1999, quando começou a promover a marcha: construir um futuro possível e no qual nós estejamos vivas, nas ruas e com dignidade”, finaliza a diretora do Grab, Dediane Souza.

Compartilhe nas redes sociais!