Projeto educacional conecta brincadeiras de outros tempos à tecnologia
Quais as brincadeiras de décadas passadas ainda encantam as crianças do século XXI? E que outras não passam mais de geração a geração, correndo o risco de se perderem no tempo? Que ligação pode haver entre essas brincadeiras e as novas tecnologias? Essas são algumas questões que conduzem o “Brincadeiras Perdidas”, projeto que conecta arte, cultura e educação para abordar a relação das brincadeiras antigas e as novas tecnologias. Em sua sexta edição, a ação acontece de 8 a 31 de outubro na região do Cariri cearense e é voltada especialmente para alunos de escolas públicas de Juazeiro do Norte e Barbalha, com espetáculo de teatro e ações formativas em formato presencial e online.
O projeto “Brincadeiras Perdidas” teve início em 2016 como desdobramento do livro “Manual das Brincadeiras Perdidas” (2004), de autoria de Beth Fernandes, com ilustrações de Yuri Yamamoto. A obra, que também se tornou uma peça teatral escrita por Selma Santiago, traz em suas páginas as brincadeiras de antigamente, como jogos, bonecas de pano e carrinhos, lembrando sempre da devida importância do universo moderno dos jogos eletrônicos, que podem contribuir na formação das crianças.
“Queremos trazer esse universo para dentro das escolas públicas, como forma de ampliar o olhar do professor para com seus alunos, numa interação extracurricular saudável e criativa. Tanto as brincadeiras antigas quanto a tecnologia participam da aprendizagem educacional e, aliados, permitem a formação de personalidade, diversão e interatividade social”, destaca Beth Fernandes.
Múltiplas linguagens
Nesse sentido, crianças de 04 a 10 anos vão ter a possibilidade de compreender e vivenciar o lúdico do passado, do presente e do futuro, a partir da literatura e das artes cênicas. Tanto que o espetáculo é inspirado no próprio livro que, por sua vez, vai ser distribuído para as crianças, como forma de incentivar a leitura. Serão, no total, 15 apresentações nos auditórios da Secretaria da Educação (Seduc), de Juazeiro do Norte, e da Universidade Federal do Cariri (UFCA) em Barbalha, que colocam em questão o entretenimento através da informática. O enredo trata ainda de valores presentes no imaginário da criança com relação ao universo ao seu redor, tendo a amizade como suporte nas relações afetivas, a vaidade e a autoestima, além de sentimentos como a descoberta e a imaginação.
Para a 6ª edição, o “Brincadeiras Perdidas” traz também o Workshop ‘Brincadeiras Perdidas’, ministrado por Beth Fernandes, de forma virtual. Destinado aos professores e coordenadores, a atividade é uma imersão no universo do projeto para apresentar todas as fases ao professor, para ele ser mais que um mediador, e sim um protagonista também nas ações.
A ação conta ainda com a oficina “Construção de Brinquedos Populares”, para alunos e professores. A atividade tem o objetivo de mostrar para a criança o quanto pode ser divertido criar brinquedos a partir de materiais recicláveis, despertando a criatividade e a descoberta de novas possibilidades do fazer e da confecção de barquinhos, helicópteros, bonecos, petecas, telefones sem fio, dentre outros.
“De 2016 para cá, já realizamos no projeto ‘Brincadeiras Perdidas’ mais de 50 apresentações para um público estimado de 5 mil alunos de mais de 40 unidades educacionais. Considerando seu formato híbrido, queremos aumentar o alcance do projeto e, principalmente, contribuir para a difusão de educação viável para todos e todas”, finaliza Beth Fernandes. Em 2022 o projeto deve contemplar cerca de 3 mil alunos e 120 professores de 25 escolas de Juazeiro do Norte e Barbalha.
O projeto Brincadeiras Perdidas é uma realização da Associação Movimentos, com a produção da Betha Produções. Tem o apoio da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte, via Secretaria Municipal de Educação, e o apoio institucional da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), por meio da Lei do Mecenato Estadual. Agradecimento: Enel.